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Mercedes vai investir R$ 500 milhões em fábrica no interior de SP

1 out 2013 - 12h34
(atualizado em 4/12/2013 às 19h03)
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<p>Mercedes-Benz GLA será produzida no Brasil</p>
Mercedes-Benz GLA será produzida no Brasil
Foto: Divulgação

A Daimler vai construir uma fábrica de automóveis Mercedes-Benz no Brasil, tornando-se a terceira montadora alemã de carros de luxo a anunciar tais planos em um ano e retomando a produção local de um segmento em que deixou de atuar há cerca de três anos.

A empresa sediada em Stuttgart anunciou nesta terça-feira que investirá ao redor de 170 milhões de euros (cerca de R$ 500 milhões) numa fábrica de carros em Iracemápolis (SP), onde pretende montar anualmente até 20 mil unidades dos modelos Classe C (sedã) e o utilitário esportivo GLA.

A Daimler, que já é a segunda maior montadora de caminhões do Brasil, chegou a produzir automóveis em Juiz de Fora (MG) entre 1999 e 2010, mas remodelou a unidade para a produção de caminhões. A produção de carros incluiu o modelo compacto Classe A, que segundo o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Philipp Schiemer, não gerou resultados esperados pela companhia.

"A situação hoje é completamente diferente, o mercado brasileiro cresceu muito. De 2008 para cá, nossas vendas cresceram 50%", disse o executivo em anúncio da construção da fábrica na sede do governo paulista.

Já o chefe de produção global da área de automóveis da Mercedes-Benz, Andreas Renschler, afirmou que a época escolhida para a produção de carros em Juiz de Fora "foi muito cedo. Fomos os primeiros fabricantes de carros premium a produzir no Brasil e aprendemos muito. Queremos produzir onde queremos vender. Isso vale para Brasil ou para os Estados Unidos."

A cidade escolhida pela montadora tem cerca de 20 mil habitantes, uma economia sucroalcooleira e fica distante da capital paulista cerca de 170 quilômetros. A expectativa é que a fábrica comece a produzir em 2016. Os executivos citaram como motivos que pesaram na escolha facilidades logísticas e proximidade com outras unidades da empresa no Estado.

Em São Paulo, a Mercedes-Benz tem fábrica de ônibus e caminhões em São Bernardo do Campo, na região metropolitana, e um centro de distribuição de peças em Campinas, o maior da empresa fora da Alemanha.

Schiemer afirmou que os carros a serem produzidos em Iracemápolis atenderão "com sobra" as exigências de produção local do regime automotivo Inovar-Auto, mas não detalhou de imediato quais os índices de nacionalização dos componentes.

A montadora tem atualmente 34 concessionárias no país e os planos envolvem dobrar o número de lojas até 2020, disse Dimitris Psillakis, diretor de vendas e desenvolvimento de rede no Brasil.

A Daimler estimou que a nova fábrica vai criar mil empregos diretos e 3 mil indiretos. A unidade vai ocupar parte de canavial do grupo brasileiro de açúcar e álcool São Martinho, que vendeu o espaço para por valor não revelado.

Segundo o presidente da agência de promoção de investimentos paulista, Investe São Paulo, Luciano Almeida, o Estado é responsável por cerca de 40 por cento da produção e veículos do Brasil e recebeu investimentos do setor de 6,5 bilhões de reais nos últimos quatro anos e meio.

A decisão da Daimler era largamente esperada após o presidente-executivo da empresa, Dieter Zetsche, afirmar em setembro que era favorável à construção de uma fábrica no Brasil uma vez que era difícil crescer aqui apenas com importações.

Com 3,8 milhões de veículos vendidos no ano passado, o Brasil é o quarto maior mercado automotivo do mundo, atrás de China, Estados Unidos e Japão. O segmento premium representa cerca de apenas 1 por cento das vendas, em parte por causa de grandes tarifas de importação.

Com sua decisão, a Daimler se tornou a terceira montadora de carros de luxo alemã a anunciar tais planos em um ano, após o governo brasileiro criar políticas destinadas a aumentar a produção local e o emprego.

Em outubro de 2012, a BMW anunciou investimento de mais de 200 milhões de euros para construir uma fábrica em Santa Catarina para produzir cerca de 30 mil carros por ano.

Duas semanas atrás, a Audi, unidade da Volkswagen, afirmou que vai investir cerca de 150 milhões de euros para produzir o Q3 e o sedã A3 em São José dos Pinhais (PR) a partir de 2015.

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De janeiro a agosto, a Mercedes-Benz acumulou vendas no Brasil de 8.662 automóveis e comerciais leves, segmento que além de utilitários esportivos inclui furgões, estes fabricados pela montadora no país. A rival BMW licenciou 8.968 carros e utilitários esportivos, enquanto a Land Rover teve 7.105 emplacamentos e a Audi, 4.350.

Após a anúncio da Mercedes-Benz, a Jaguar Land Rover é a única entre as grandes montadoras de carros de luxo que estudam planos para a produção de veículos no Brasil a que não divulgou uma decisão. A empresa informou em outubro do ano passado que estava avaliando o novo regime automotivo brasileiro antes de se decidir sobre a instalação de uma fábrica no Brasil.

Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, com o anúncio da Mercedes, cerca de 10 fábricas de veículos foram anunciadas para o Brasil após o governo aprovar o regime automotivo Inovar-Auto.

"Estamos entrando num nicho que interessa para nossa indústria, que é o de alta tecnologia na indústria automotiva", disse Pimentel, em Brasília, após se reunir com a presidente Dilma Rousseff e Renschler, da Mercedes.

Pimentel afirmou ainda que na próxima semana a Volkswagen deverá fazer um anúncio de expansão de produção no Brasil. Em meados de setembro, o governo do Paraná divulgou que a montadora alemã investirá cerca de 700 milhões de reais para produzir o novo Golf na fábrica do grupo em São José dos Pinhais.

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