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Campos Neto: 'Liberais acreditam em preços livres, com menor intervenção possível'

Perguntado sobre a interferência do governo na política de preços da Petrobrás, o presidente do Banco Central afirmou que não está acompanhando as notícias

12 abr 2019 - 15h05
(atualizado às 15h44)
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que não teme que a administração do presidente Jair Bolsonaro adote uma prática de controle de preços, sobretudo os administrados, uma prática que aconteceu no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em entrevista coletiva, o presidente do BC evitou falar de casos específicos e ressaltou que não poderia falar sobre a Petrobrás, no contexto da decisão de Bolsonaro, que telefonou para o presidente da estatal e destacou que não seria viável uma alta do preço do diesel. "Economistas liberais acreditam em preços livres com menor intervenção possível", disse Campos Neto. Questionado pelo Estadão/Broadcast se teme risco de volta de controle de preços pelo governo Bolsonaro, o presidente do Banco Central respondeu: "Não, não tem esse risco."

Campos Neto não quis comentar diretamente a questão da intervenção nos preços por Bolsonaro. "Eu cheguei aqui na quarta-feira, não estou acompanhando as notícias. Não tem possibilidade de um dirigente do Banco Central falar de prática de preços da Petrobrás", afirmou.

"O que é importante para o Banco Central é o líquido de tudo o que acontece e o quanto isso impacta no canal de transmissão inflação. Não tenho como comentar um fator isolado, o importante é ver como o conjunto de fatores', disse.

Autonomia do BC

Roberto Campos Neto também afirmou que a independência do Banco Central é importante para a redução da taxa de juros estrutural no País. "A proposta do governo é super importante. São vários fatores que explicam a sua importância à economia. Está alinhada com os padrões internacionais", destacou.

Segundo ele, existe hoje nos mercados um prêmio de risco em relação ao Brasil vindo da incerteza da política monetária sobre eventuais influências políticas e quando é desfeito este vínculo, cai o prêmio de risco e permite a redução dos juros estruturais. "Temos essa ideia muito madura de que é importante ter um BC independente. É comprovadamente uma experiência de sucesso."

Elogios ao antecessor

O presidente do BC também afirmou que o objetivo do seu mandato é "manter a forma anterior" de atuação. "Trabalho foi muito bom", disse Campos Neto, durante evento em Washington.

O presidente disse que a viagem aos Estados Unidos está relacionada à percepção que os investidores têm do Brasil. "Queremos manter conexão com investidor estrangeiro", disse. "O investidor está otimista com país e todo mundo está de olho na reforma da Previdência."Para ele, "talvez a preocupação com a reforma (da Previdência) não tenha ajudado o Brasil com o fluxo adequado de capital". No entanto, disse que o papel do BC não é falar sobre articulação política com os investidores.

Estadão
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