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Campos Neto indica que não há mudança iminente na condução da política monetária

26 abr 2019 - 10h19
(atualizado às 11h37)
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou nesta sexta-feira que não há mudança iminente na condução da política monetária, destacando a necessidade de reduzir as incertezas e melhorar a confiança para uma recuperação sustentável.

O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, em Brasília
26/02/2019
REUTERS/Ueslei Marcelino
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, em Brasília 26/02/2019 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

"Na parte macro, o cenário permanece parecido com o da última reunião, não queremos promover nenhuma mudança na forma como as decisões são tomadas", disse ele durante discurso em evento em São Paulo.

Na apresentação, Campos Neto destacou que os riscos relacionados a uma desaceleração da economia global se intensificaram diante de várias incertezas, mas por outro lado afirmou que arrefeceram os riscos associados ao aperto das condições financeiras globais.

Segundo ele, entretanto, existe um novo fator, que seria o risco de endividamento no setor não financeiro corporativo, citando Estados Unidos e Europa. O presidente do BC, entretanto, não entrou em detalhes.

Questionado sobre as incertezas em relação à economia global e sobre o potencial impacto desse cenário para o Brasil, Campos Neto afirmou que "considerando o cenário mais pessimista, nosso cenário (em comparação com o mundo) é de desaceleração mais saudável, para o mercado emergente no geral, e o que hoje nós acreditamos é uma desaceleração mais contida para o Brasil e uma recuperação global no segundo semestre".

Ele lembrou que o Brasil tem capacidade de absorver qualquer revés no cenário internacional, dado seu balanço de pagamentos robusto, ancoragem das expectativas de inflação e perspectiva de recuperação econômica.

Mas ressaltou a necessidade de redução das incertezas e melhoria da confiança para uma recuperação sustentável, reforçando a importância da continuidade do andamento da agenda de reformas do governo.

"É importante enfatizar que não existem juros baixos e inflação baixa ancorados em um fiscal em deficiência", disse.

AUTONOMIA

Campos Neto defendeu ainda a autonomia do Banco Central, afirmando que essa premissa "atestada em lei remove os riscos de interferência de interesse político e pode ajudar a reduzir os juros".

O projeto de autonomia do BC elaborado pelo governo Jair Bolsonaro afrouxou as possibilidades de exoneração do presidente e dos diretores da autarquia na comparação com o substitutivo que estava sendo negociado com o Congresso anteriormente, deixando de mencionar como motivos suficientes a condenação por ocultação de bens e sonegação fiscal, dentre outros crimes.

Questionado sobre a proximidade dele com a equipe econômica do governo e sobre os impactos que isso poderia ter na autonomia do BC, Campos Neto respondeu que ela é boa.

"É bom pelo alinhamento das ideias que a equipe econômica tem no geral. Hoje cada um da equipe tem uma função e essa proximidade só tende a ajudar com o foco único", disse.

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