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Brasil vai receber R$ 163 milhões da Alemanha para sustentabilidade na Amazônia

Acordo verde demorou quase um ano para ser concluído e vai estimular o desenvolvimento sustentável da agricultura, pecuária e cadeia da madeira na região

24 nov 2020 - 19h53
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BRASÍLIA - Quase um ano depois, o governo Jair Bolsonaro concluiu nesta terça-feira, dia 24, um acordo com a Alemanha para doação de até 25,5 milhões de euros (R$ 163 milhões) para incrementar a sustentabilidade da agricultura, pecuária e cadeia da madeira na Amazônia. Os recursos são do banco estatal de fomento alemão KfW.

Os alemães entraram como financiadores do projeto Inovação nas Cadeias Produtivas da Agropecuária para a Conservação Florestal na Amazônia Legal. O objetivo é levar mecanismos de inovação para aumentar a produtividade e o valor agregado a produtores de carne, soja e de madeira.

O projeto é gerenciado pelo Ministério da Agricultura, tendo como agente financeiro o Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA). O ministério quer levar ferramentas para que agricultores, pecuaristas e madeireiros possam ter melhor assistência técnica e acesso à tecnologia. Previsto para durar até 2024, o projeto abrange cinco Estados: Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins.

O País busca alinhar a produção a compromissos assumidos em acordos internacionais, enquanto os alemães querem rastrear as cadeias produtivas. A Alemanha tem como um de seus objetivos certificar que seus fornecedores são "limpos" e não praticam desmatamento.

Em setembro, a Alemanha expressou preocupação com o aumento do desmatamento em "taxas alarmantes" no Brasil, numa carta aberta ao vice-presidente Hamilton Mourão, presidente do Conselho Nacional da Amazônia. O documento foi emitido pela Parceira das Declarações de Amsterdã, assinado também por Dinamarca, França, Itália, Holanda, Noruega, Reino Unido e Bélgica.

"Enquanto os esforços europeus buscam cadeias de suprimento não vinculadas ao desflorestamento, a atual tendência crescente de desflorestamento no Brasil está tornando cada vez mais difícil para empresas e investidores atender a seus critérios ambientais, sociais e de governança", disseram os europeus.

Estreitando laços

A doação ao projeto da ministra Tereza Cristina é um dos maiores aportes anunciados pela Alemanha desde a suspensão das contribuições ao Fundo Amazônia, também no ano passado. É também o primeiro confirmado desde a chegada do embaixador Heiko Thoms a Brasília. A cooperação, no entanto, já estava prevista desde dezembro do ano passado, quando os termos foram assinados.

Thoms tem estreitado laços com o governo federal, depois de atritos no ano passado entre Bolsonaro e a chanceler Angela Merkel. O governo dela já expressou "sérias dúvidas" quanto ao futuro do Acordo Mercosul-União Europeia por causa das ameaças à preservação ambiental.

O embaixador foi um dos que viajaram à Amazônia em comitiva liderada pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Na volta, Thoms cobrou um "plano de ação para reduzir o desmatamento, com metas concretas, prazos fixos e resultados mensuráveis".

Estadão
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