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Brasil tem 30 dias para rever tarifas de importação dos EUA, diz IABr

22 mar 2018 - 18h09
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O Brasil tem cerca de 30 dias para conseguir convencer os Estados Unidos a isentarem definitivamente de tarifas de importação suas vendas de aço e alumínio ao país, afirmou nesta quinta-feira o presidente-executivo da entidade que representa as siderúrgicas brasileiras, IABr, Marco Polo de Mello Lopes, depois de o governo norte-americano ter anunciado que excluiria temporariamente alguns países da taxação.

Nesse período, o setor vai tentar defender a exclusão do país da tarifa de importação de 25 por cento sobre aço imposta pelos EUA e que entra em vigor na sexta-feira para todos os países menos para Canadá, México, Brasil, Argentina, Austrália, União Europeia e Coreia do Sul.

Mais cedo, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, afirmou que o Brasil e os outros cinco países mais a UE estariam isentos temporariamente das tarifas de importação enquanto Washington negocia com cada um possibilidade de exclusões definitivas.

Lopes afirmou a jornalistas que o presidente Michel Temer deve ligar para o presidente norte-americano, Donald Trump, nesta quinta-feira ou na sexta-feira para defender a posição brasileira pela isenção do país das tarifas dos EUA.

Paralelamente, o IABr contratou o escritório de advocacia norte-americano Steptoe & Johnson para fazer lobby pela isenção definitiva dos produtos siderúrgicos brasileiros.

O Brasil é o segundo maior exportador de aço para os EUA. O país exportou 5 milhões de toneladas em 2017, das quais 4 milhões de toneladas envolveram produtos semiacabados, que são usados por usinas de laminação norte-americanas para produção de bens como veículos, máquinas ou eletrodomésticos.

"Estamos defendendo que o Brasil não é parte do problema (de segurança nacional dos EUA), é parte da solução e a exclusão temporária do país é um resultado muito positivo", disse Lopes, citando que desde agosto do ano passado, o Brasil já enviou duas missões aos EUA para defender ser excluído das tarifas de importação.

Segundo Lopes, a conversa de Temer com Trump "é imprescindível" porque cabe ao presidente norte-americano a decisão final sobre as exclusões definitivas. "A única pessoa (no Brasil) com canal direto com Trump é o presidente Temer. Daí a imprescindibilidade da chamada de Temer", disse o presidente do IABr.

Lopes afirmou ainda que importadores dos EUA e exportadores brasileiros estão fazendo pleitos para exclusão, mas "vai ser uma negociação extremamente dura. Os EUA não vão receber os países só para dar um carimbo de 'liberado'. Vai ter de haver uma troca".

O presidente do IABr também reafirmou pleito do setor siderúrgico para que o Brasil eleve suas defesas comerciais diante de um eventual risco de que os produtos que deixarão de ser exportados para os EUA sejam redirecionados ao Brasil.

"A gente quer um sistema de monitoramento dessas importações. A tarifa dos EUA é 25 por cento e a do Brasil é 12. Temos que ter uma lupa analisando semanalmente a entrada desses produtos, o Brasil não poder..., em momento de recuperação do mercado interno, ser atingido por desvio por conta do fechamento americano".

Em janeiro, o conselho de ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu não aplicar imediatamente medidas antidumping, como sobretaxas, contra a importação de aços laminados a quente de quatro grandes grupos siderúrgicos da China e um da Rússia.

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