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Brasil vai exportar farelo de milho à China, além de mais produtos de aves

13 mai 2025 - 08h01
(atualizado às 12h48)
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O Brasil assinou protocolos com a China nesta terça-feira para permitir a exportação de grãos secos de destilaria (DDGs), como é conhecido o farelo de milho derivado da produção de etanol do cereal, além de acordos para exportar mais produtos avícolas, todos descritos como históricos por autoridades.

A exportação pelo Brasil do DDG, utilizado como insumo na ração animal, desafia o domínio dos EUA nesse mercado em meio a disputas comerciais entre China e EUA.

Além do DDG, o Brasil abriu o mercado chinês para a exportação de carne de pato, carne de peru, miúdos de frango (coração, fígado e moela) e farelo de amendoim, de acordo com nota do Ministério da Agricultura brasileiro.

"Sob a liderança do presidente Lula, o Brasil alcança uma conquista histórica com o maior número de aberturas de mercado para a China de uma única vez. Um reflexo da confiança mútua e da boa relação entre os dois países", afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em nota.

Em 2024, a China importou US$155 milhões de miúdos de frango, US$50 milhões de carne de peru, US$1,4 milhão de carne de pato, mais de US$66 milhões em DDG e DDGS e US$ 18 milhões em farelo de amendoim, segundo dados da aduana chinesa citados pelo ministério brasileiro.

A China já é importante destino das exportações de carne de frango do Brasil. Além das aberturas de mercados, os governos brasileiro e chinês firmaram um memorando para abertura do mercado do país asiático para o etanol.

Em entrevista à Reuters na segunda-feira, o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem) disse que Brasil e China trabalham desde 2022 para finalizar um acordo sanitário para a exportação de DDG, acrescentando que as atuais "amplas mudanças geopolíticas" representam um momento favorável para a conclusão do acordo.

"Isso abre uma oportunidade para o Brasil se tornar mais um fornecedor, mais uma opção para a China adquirir produtos de nutrição animal. Para nós, significa restabelecer e fortalecer o relacionamento entre os mercados brasileiro e chinês, que compartilham múltiplos interesses mútuos", acrescentou Guilherme Nolasco.

Para o presidente da Unem, a abertura do mercado para o DDG brasileiro ocorreu em "tempo recorde", marcando um "fato histórico" para o setor de etanol de milho.

O acordo, descrito em um documento do governo brasileiro ao qual a Reuters teve acesso, ressalta o esforço do Brasil para fortalecer os laços agrícolas com a China, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita o país e a crescente produção brasileira de DDG impulsiona a busca por mercados alternativos.

Os grãos secos de destilaria (DDGs) são altamente valorizados na alimentação animal, especialmente para suínos, bovinos e aves.

Em 2024, os EUA foram praticamente o único fornecedor de DDGs para a China, dominando o mercado com 99,6% das importações em volume, avaliadas em US$65,7 milhões, segundo dados da alfândega chinesa.

De acordo com Nolasco, mais de 10 novas usinas estão em construção e devem iniciar a produção de etanol de milho e DDG nos próximos dois a três anos, coincidindo com a abertura do mercado chinês.

Nolasco espera que a produção de DDG no Brasil possa atingir até 5 milhões de toneladas em 2025/26, à medida que o etanol de milho cresce e passa a ocupar mais de 20% do total produzido do biocombustível no país.

Em abril, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, revelou que o Brasil estava se aproximando de um acordo com a China para permitir a exportação de DDG.

CARNES

"A abertura das três proteínas de carne de aves pode representar mais de R$1 bilhão em receita cambial para o nosso país", disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, em nota do ministério.

A China já é o principal destino da exportação de soja do Brasil, além de carnes de maneira geral.

Também foi assinado o memorando entre os países nas áreas de medidas sanitárias e fitossanitárias, com o objetivo de promover a comunicação e a cooperação bilateral nesse setor.

A iniciativa visa proteger a saúde humana, animal e vegetal, além de aumentar a segurança dos alimentos comercializados entre Brasil e China, apontou o ministério.

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