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Brasil deve produzir menos cana em 2017/18, mas ATR ajuda produção de açúcar e etanol

19 dez 2017 - 10h39
(atualizado às 12h30)
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A safra de cana 2017/18 do Brasil, em fase final de colheita, deverá ser menor que a inicialmente prevista, mas a produção de açúcar e etanol tende a avançar ante o esperado anteriormente graças a elevados níveis de sacarose no centro-sul, principal região canavieira do país.

Colheita de cana-de-açúcar em lavoura em Valparaíso, São Paulo 18/09/2014 REUTERS/Paulo Whitaker
Colheita de cana-de-açúcar em lavoura em Valparaíso, São Paulo 18/09/2014 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

De acordo com o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a cultura, o Brasil deverá produzir no atual ciclo 635,6 milhões de toneladas de cana, ante 646,34 milhões previstas em agosto e 657,18 milhões em 2016/17.

Do total, 588,75 milhões de toneladas são esperadas no centro-sul e outras 46,85 milhões de toneladas no Norte-Nordeste.

"Mesmo com a expectativa de melhoria das condições climáticas para essa safra, a intensidade na redução de área, observada nos principais estados produtores da região centro-sul, será responsável pela expectativa de menor produção, quando se compara com o período anterior", afirmou a Conab, em relatório.

Segundo a companhia, os canaviais deverão ocupar 8,74 milhões de hectares, queda de 3,4 por cento ante 2016/17, em razão de troca ou mesmo desistência do cultivo, além dos problemas financeiros enfrentados por várias usinas e destilarias.

MAIS PRODUTOS

A perda em moagem, contudo, não se refletirá na fabricação de açúcar e etanol do Brasil, maior player global do setor sucroenergético.

Conforme a Conab, a produção de açúcar no país em 2017/18 deve alcançar um novo recorde de 39,46 milhões de toneladas, alta ante a previsão anterior (39,39 milhões de toneladas) e um aumento de 2 por cento frente a temporada passada.

Já a produção de etanol deverá somar 27,04 bilhões de litros, alta expressiva ante os 26,11 bilhões considerados em agosto, reflexo da maior competitividade do biocombustível desde então, mas ainda assim uma queda de 2,7 por cento na comparação com o ciclo anterior, quando maior oferta de matéria-prima foi destinada ao álcool.

Para a Conab, a revisão para cima nas estimativas de produção de açúcar e etanol é resultado do maior nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) no centro-sul, que passou de 134 kg por tonelada projetados em agosto para 139 kg agora.

O ATR mede basicamente a quantidade de sacarose nas plantas.

"O aumento do ATR em relação ao levantamento passado tem relação com o clima durante a colheita. Apesar do outono de 2017 ter sido mais chuvoso que o outono de 2016, o inverno de 2017 foi mais seco na região produtora, o que favoreceu o acúmulo de ATR", explicou a Conab.

Já no Nordeste, o maior volume de chuva no outono tem favorecido uma maior produtividade da cana, com ATR próximo do normal para a região, alcançando 130,6 kg/t, mas ainda inferior à safra passada (135,1 kg/t).

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