Bovespa recua com ruídos políticos, mas sobe 2% na semana
O principal índice da bolsa paulista caiu nesta sexta-feira, após o cenário político voltar a gerar cautela e dados do mercado de trabalho norte-americano reforçarem apostas na alta de juros nos EUA, o que abriu espaço para algum ajuste.
O Ibovespa fechou em queda de 0,73%, a 76.054 pontos, mas acumulou alta de 2,37% na semana, após cair nas duas semanas anteriores.
O giro financeiro somou R$ 7,9 bilhões, ante média diária de setembro de R$ 9,97 bilhões e abaixo ainda da média diária vista nos quatro primeiros pregões de outubro, de R$ 9,8 bilhões.
No exterior, os dados do mercado de trabalho nos EUA mostraram fechamento de vagas em setembro pela primeira vez em sete anos, mas houve queda da taxa de desemprego e aumento da renda média dos trabalhadores, sinais de que o mercado segue se fortalecendo.
"Os dados de hoje fecharam a questão sobre a alta de juros (nos EUA) em dezembro", disse o analista da Um Investimentos Aldo Moniz.
Localmente, a política voltou a despertar alguma cautela na véspera, após o PSDB tentar retirar o deputado Bonifácio de Andrada (MG) da relatoria da denúncia contra o presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. No entanto, o deputado seguirá na relatoria, ocupando uma vaga cedida pelo PSC.
Do lado econômico, a inflação oficial do país subiu mais do que o esperado em setembro, mas permanece no caminho para terminar o ano abaixo do piso. No mês passado, o IPCA subiu 0,16%, ante estimativa em pesquisa Reuters alta de 0,09%. Em 12 meses, a inflação foi de 2,54%, acima dos 2,47% na pesquisa.
Destaques
- PETROBRAS PN caiu 1,32% e PETROBRAS ON perdeu 1,21%, em linha com o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,17% e BRADESCO PN teve baixa de 1,04%, ajudando a pressionar o Ibovespa devido ao peso desses papéis em sua composição.
- VALE ON caiu 0,4%, na última sessão da semana sem referência para os preços do minério de ferro na China, devido a feriado no país asiático.
- CSN ON cedeu 2,66% e GERDAU PN perdeu 2,89%, enquanto USIMINAS PNA anulou as perdas inciais e subiu 4,35%. No radar estava a decisão da União Europeia de sobretaxar o aço laminado a quente de alguns países, incluindo o Brasil. Para analistas da Coinvalores, apesar de alguma pressão negativa nas ações no curto prazo, o impacto em termos operacionais não deve ser muito expressivo, uma vez que as siderúrgicas brasileiras de capital aberto não são grandes exportadoras de laminado a quente para Europa.
- FIBRIA ON avançou 4,4% e liderou a ponta positiva do Ibovespa, após o JP Morgan elevar o preço-alvo para os papéis da empresa para R$ 57, ante R$ 46, e afirmar que os preços médios para celulose devem ser continuar em um patamar saudável por mais tempo.
- ELETROPAULO PN, que não faz parte do Ibovespa, avançou 2,75%, após o BTG Pactual elevar a recomendação dos papéis para "compra", com preço-alvo de R$ 20. A melhora na recomendação vem após o anúncio de um memorando de entendimento com a Eletrobras com o objetivo de acabar com uma disputa judicial sobre uma dívida bilionária. Os papéis PNB da Eletrobras caíram 3,71%, enquanto os ON recuaram 3,07%.
- RENOVA ENERGIA UNIT, que também não figura no Ibovespa, caiu 9,19%, reagindo à notícias da Reuters, de que Brookfield Asset Management desistiu de melhorar uma oferta pela empresa de energias renováveis.