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Bolsonaro sabe que propostas serão modificadas pelos parlamentares, diz líder do governo

Segundo senador Fernando Bezerra Coelho, presidente compreende que matérias que chegam ao Congresso costumam passar por alterações

21 fev 2019 - 20h40
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BRASÍLIA - Ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de o Senado aprovar a proposta de reforma da Previdência sem que o texto sofra muitas alterações, o líder do governo na Casa, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse que o presidente Jair Bolsonaro compreende que as propostas que chegam à Casa para serem avaliadas pelos senadores costumam passar por alterações.

"O presidente Bolsonaro foi muito claro. Ele disse que passou na Câmara dos Deputados mais de 27 anos e ele tem compreensão de que qualquer matéria que chegue para apreciação dos parlamentares será modificada e aprimorada", disse o senador. "Evidente que, como líder do governo, vamos trabalhar para que o texto seja o mais próximo possível da proposta que foi apresentada por Paulo Guedes", complementou.

O líder do governo Bolsonaro no Senado contou que está otimista de que o governo conseguirá construir uma base política forte para que se consiga ultrapassar os 49 votos necessários para aprovar a proposta de reforma da Previdência na Casa.

"Nós estamos muito otimistas de que aqui no Senado é possível construir base política de sustentação ao governo que possa ultrapassar este número. Mas a base está em construção. Temos de exercitar muito o diálogo, a conversa e a identificação com os senadores", disse Bezerra Coelho.

Na quinta-feira, 21, em seu primeiro dia como líder do governo no Senado, no entanto, Bezerra Coelho afirmou que ainda não conhece a base do governo na Casa devido à renovação de senadores ocorrida com a última eleição. Hoje, ele voltou a ressaltar a importância do diálogo para se aproximar dos novos parlamentares.

"O Senado está amplamente renovado. São 54 novos senadores. É preciso, portanto, esse diálogo, essa aproximação, essas conversas, para que a gente possa ter confiança mútua e a certeza de que a reforma da Previdência, que é a pauta prioritária, possa ter o quorum qualificado e necessário para que essa matéria seja aprovada até meados de setembro no Senado."

O líder do governo na Casa também disse que deve se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na próxima segunda-feira, 25, para definir os assuntos que são de interesse do governo e que podem ser discutidos mais brevemente no Senado.

"A cessão onerosa é um dos pontos. Existem estudos sendo feitos no âmbito da Casa Civil e do Ministério da Economia para saber qual é o melhor encaminhamento. Se é o entendimento direto entre Petrobrás e União ou se vai haver necessidade de a matéria ter deliberação no Senado federal. É um assunto que ainda está sob apreciação da Casa Civil e da Presidência da República", disse.

Dúvida

A jornalistas, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que irá conversar com os blocos partidários e os líderes das siglas no Senado para definir se será criada uma subcomissão dentro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ou uma comissão especial na Casa para acompanhar as discussões em torno do texto da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

"Se nós fizermos uma comissão especial, a gente nomearia um presidente, nomearia um relator que fosse membro titular da CCJ e que já passaria automaticamente a ser o relator no Senado da reforma da Previdência quando ela chegar na Casa. Então acho que é uma condição de dar celeridade, garantindo que esse relator da comissão especial já possa ser efetivado como relator da reforma da Previdência", disse o presidente do Senado.

Estadão
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