Bolsonaro recua de mudança no teto de gastos; veja o vaivém das declarações
Presidente indicou que apoiaria alteração na regra de controle do Orçamento, mas nesta quinta disse ser contra
O Estado revelou na quarta-feira, 4, que cresce no governo a pressão para a flexibilização da regra do teto de gastos, instrumento que limita o crescimento das despesas do Orçamento à inflação. Na manhã de quarta, o presidente Jair Bolsonaro indicou que daria aval à mudança na lei, mas nesta quinta-feira, 5, voltou atrás. O ministro da Economia, Paulo Guedes, é contrário à revisão.
Veja o vaivém das declarações sobre o tema:
Quarta-feira, 4
9h25
Jair Bolsonaro em entrevista no na porta do Palácio da Alvorada, indicou ser favorável à mudança na regra do teto de gastos: "Acho que daqui a dois ou três anos vai zerar as despesas discricionárias (gastos de custeio e investimentos). É isso? Isso é uma questão de matemática, nem preciso responder para você, isso é matemática", afirmou. "Eu vou ter que cortar a luz de todos os quartéis do Brasil, por exemplo, se nada for feito."
11h27
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, se opôs à alteração: "É impossível mexer na PEC do teto. É um erro. Nosso problema não está em discutir o teto dos gastos, nosso problema está em discutir despesas."
18h45
Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência, deixou claro que Bolsonaro é a favor de alterar a regra: "Se a mudança no teto não for feita, tendência é governo ficar sem verba para manter máquina."
20h16
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
, presidente do Senado, faz coro a Maia em defesa da PEC do teto: "O mérito dela foi limitar os gastos do governo central, esse foi o mérito. Estamos enfrentando uma dificuldade? Estamos enfrentando uma dificuldade. Poderemos tomar decisões que não eram o que o governo queria tomar. Por que não aumenta o tamanho do déficit? Resolve, o Estado não vai parar."
Quinta-feira, 5
7h33
Bolsonaro, pelo Twitter, volta atrás: "Temos que preservar a Emenda do Teto. Devemos sim, reduzir despesas, combater fraudes e desperdícios. Ceder ao teto é abrir uma rachadura no casco do transatlântico. O Brasil vai dar certo. Parabéns a nossos ministros pelo apoio às medidas econômicas do Paulo Guedes."
Temos que preservar a Emenda do Teto. Devemos sim, reduzir despesas, combater fraudes e desperdícios. Ceder ao teto é abrir uma rachadura no casco do transatlântico. O Brasil vai dar certo. Parabéns a nossos ministros pelo apoio às medidas econômicas do Paulo Guedes.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 5, 2019