PUBLICIDADE

Bolsonaro fala em pagar mais quatro parcelas de R$ 250 em nova rodada do auxílio

Presidente disse que medida já está sendo debatida entre os presidentes da Câmara e do Senado; ele disse ainda que espera nova proposta para o Bolsa Família após o pagamento do auxílio

25 fev 2021 - 21h12
(atualizado às 21h14)
Compartilhar
Exibir comentários

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 25, que o governo estuda retomar o auxílio emergencial com quatro parcelas no valor de R$ 250 a partir de março. Ele ressaltou que a proposta também está sendo debatida com o Congresso.

"Estive hoje com Paulo Guedes (ministro da Economia). A princípio, o que deve ser feito: a partir de março, por quatro meses, R$250 de auxílio emergencial", disse em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta noite. "É isso que está sendo conversado em especial com os presidentes da Câmara e do Senado, porque a gente tem que ter certeza de que o que nós acertamos - vai ser conjunto, não vai ser só eu e a equipe econômica, vai ser junto com Legislativo também - na ponta da linha aquilo seja honrado por todos nós", declarou.

Bolsonaro disse que nova rodada do auxílio 'é para ver se economia pega para valer'.
Bolsonaro disse que nova rodada do auxílio 'é para ver se economia pega para valer'.
Foto: Facebook/Reprodução / Estadão

A autorização para uma nova rodada do auxílio emergencial está prevista em uma proposta de emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que deve ser votada na semana que vem pelo Senado. O texto ainda precisa também do aval dos senadores. O entrave à votação se deve ao fato de que a proposta também prevê contrapartidas com medidas de cortes de gastos, como o congelamento de salário de servidores, e também o fim dos pisos mínimos para saúde e educação.

Bolsonaro voltou a destacar a situação de endividamento do País. Segundo ele, o pagamento do auxílio por mais quatro meses é "para ver se a economia pega de vez, pega para valer". O presidente disse ainda que o governo espera "uma nova proposta para o Bolsa Família" após o pagamento do auxílio. "A gente espera no final dos quatro meses ter uma nova proposta para o Bolsa Família, ver como vai ser o bolsa família a partir de julho", comentou.

Nesta quinta-feira, o Senado adiou a leitura do parecer da PEC Emergencial que possibilitará uma base jurídica para o pagamento do auxílio. O texto deve ser lido e votado na semana que vem. Há risco de fatiamento do texto para aprovação apenas do benefício, deixando as medidas de contenção de gastos para depois. A equipe econômica, porém, tenta evitar que isso ocorra.

Na transmissão ao vivo, Bolsonaro voltou a sugerir que a população cobre o auxílio emergencial de governadores e prefeitos. "Vão cobrar do prefeito, para o prefeito fazer auxílio emergencial, vão cobrar do respectivo governador, já que ele quer que você fique em casa eternamente e quer mandar a conta para nós pagarmos", disse.

No ano passado, o governo federal propôs um auxílio emergencial de R$ 200 para os informais, beneficiários do Bolsa Família e desempregados. O Congresso sinalizou que aumentaria o benefício para R$ 500 e Bolsonaro deu a palavra final em R$ 600. Foram cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300.

Medidas restritivas, impostas por alguns governadores e prefeitos, são recomendadas por autoridades sanitárias como a melhor forma de se evitar a propagação da doença e o colapso hospitalar. Nesta quinta-feira, o Brasil alcançou a marca de 1.582 mortes registradas nas últimas 24 horas, recorde desde o início da pandemia há um ano. Ao todo, já foram registrados 251.661 óbitos por covid-19.

Na visão do presidente, com a demora e continuidade da política assistencialista do auxílio "consequências danosas vem para a economia como um todo". "Tem muita gente que quer que a gente continue com isso eternamente. Isso não é dinheiro que está no cofre, está lá no Banco do Brasil, na Caixa Econômica. Isso é endividamento", afirmou.

Bolsonaro fez a sua live semanal acompanhado do presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, que destacou que o banco é apenas o "agente pagador" do benefício e que a decisão sobre novas parcelas é do governo. A presença de Guimarães na live, apelidado de PG2, ocorre no momento em que o ministro da Economia, Paulo Guedes - o PG1 - mantém o silêncio adotado nos últimos dias, mesmo após receber afagos do presidente.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade