Bolsonaro sugere cautela em negócio da Embraer: "patrimônio"
Presidente se disse favorável à aliança com a Boeing, mas afirmou que tem preocupações com o futuro da companhia brasileira
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que é favorável à aliança da Embraer com a norte-americana Boeing, mas que tem preocupações com o futuro da companhia brasileira nos próximos anos. "Seria muito boa essa fusão... mas é uma preocupação nossa daqui cinco anos tudo ser repassado para o outro lado. É um patrimônio nosso", disse Bolsonaro, em breve entrevista a jornalistas durante evento na Base Aérea de Brasília.
"Sabemos da necessidade dessa fusão, até para que ela (Embraer) consiga competitividade...não venha a se perder com o tempo", acrescentou Bolsonaro, sem informar quando e se usará o poder de veto da União sobre o negócio anunciado no ano passado.
O negócio
A Embraer aceitou vender 80% de sua divisão de aviação comercial, a principal da empresa, para a Boeing. Um dispositivo do acordo permite que a Embraer possa mais adiante vender os 20% restantes à Boeing.
O acordo, que há meses aguarda aprovação de Brasília e já elevou o valor da divisão comercial da Embraer de 4,75 bilhões para 5,26 bilhões de dólares, envolve ainda uma parceria das duas companhias para comercialização do cargueiro brasileiro KC-390. Porém, exclui os negócios da empresa brasileira nas áreas de aviação executiva ou de defesa.
Às 13h29, a ação da Embraer exibia queda de 1,4%. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,77%.
"Os comentários do Bolsonaro pesam um pouco...Qualquer ruído ou preocupação com a última proposta de fusão mexem na ação, embora não atrapalhem (o acordo)", disse o analista da Guide Investimentos Rafael Passos. "Não vejo nenhum motivo para ele barrar a operação, mas é um ruído que mexe no papel."
No final do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) derrubou uma segunda liminar que suspendia a negociação entre a Embraer e a Boeing.
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