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É "absurdo" aumentar contribuição previdenciária, diz Bolsonaro

9 nov 2018 - 18h44
(atualizado às 19h29)
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O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que seria "um absurdo" aumentar a contribuição previdenciária e voltou a afirmar que quer a reforma da Previdência, ao mesmo tempo que disse que há pouco que pode ser aproveitado de projetos sobre o assunto que já tramitam no Congresso.

Presidente eleito Jair Bolsonaro em Brasília
07/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Presidente eleito Jair Bolsonaro em Brasília 07/11/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

Em uma transmissão ao vivo pelo Facebook, Bolsonaro disse que tem conversado com o economista Paulo Guedes, futuro superministro da Economia, sobre o tema e afirmou ter recebido projetos sobre a reforma da Previdência durante sua visita a Brasília nesta semana.

"A questão da reforma da Previdência --está no jornal O Globo de hoje-- botando na minha conta a possibilidade de passar de 11 para 22 por cento a contribuição previdenciária", disse Bolsonaro.

"O que eu recebi em Brasília foram projetos, ou de iniciativa do Executivo, ou de iniciativa de parlamentares para estudar. O que a gente pode aproveitar ali para o ano que vem, e pelo que eu estou vendo, pouca coisa pode ser aproveitada", acrescentou ele.

O presidente eleito classificou de "absurda" a ideia de elevar a contribuição previdenciária.

"Passar de 11 para 22 por cento o desconto previdenciário, isso é um absurdo! É melhor o trabalhador ficar com aquilo que ele é obrigado a dar para o Estado e deixar o líquido para o Estado, é melhor fazer isso aí. Não podemos falar em salvar o Brasil quebrando o trabalhador", garantiu.

Diante da impossibilidade de aprovar mudanças constitucionais, como a da reforma da Previdência proposta pelo governo do presidente Michel Temer, por conta da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, uma das possibilidades aventadas foi a de realizar mudanças na Previdência que não necessitassem de alterações constitucionais, caso do percentual de contribuição previdenciária.

Bolsonaro afirmou ainda que uma decisão final sobre o reajuste dos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovado pelo Senado na quarta-feira, não cabe a ele, mas sim ao presidente Temer, que deverá decidir se veta ou sanciona a medida.

"Não sou o presidente da República. Estão botando na minha conta o reajuste do Judiciário, como se tivesse poderes para impedir. Eu dei minha opinião, que era inoportuno aquilo no momento, mas a decisão não é minha, a decisão agora está nas mãos do presidente Michel Temer, se vai aprovar ou se vai vetar", disse.

O presidente eleito também fez a avaliação de que a situação orçamentária do Brasil está chegando no limite e classificou que o Brasil "tem direito para tudo, só não tem emprego". Ele ressalvou, entretanto, que os direitos trabalhistas estão assegurados na Constituição.

Bolsonaro afirmou que Guedes e o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, receberão "carta branca" dele para trabalharem e adiantou que os futuros titulares das pastas de Educação, Meio Ambiente, Saúde e Relações Exteriores podem ser anunciados na próxima semana, quando ele retornará a Brasília.

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