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Bolsas de NY têm forte queda com ações de tecnologia pressionadas

28 set 2021 - 18h20
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As bolsas de Nova York fecharam em forte queda nesta terça-feira com a continuidade do movimento de alta nos juros dos Treasuries, principalmente os de longo prazo. A inclinação da curva de rendimentos americana pressiona as ações de tecnologia, que são as mais sensíveis a uma piora das condições de financiamento. O mercado também acompanhou, com cautela, o impasse no Congresso dos Estados Unidos sobre a elevação do teto da dívida do país.

No fechamento, o Dow Jones caiu 1,63%, a 34.299,99 pontos, o S&P 500 recuou 2,04%, a 4.352,63 pontos, e o Nasdaq teve baixa de 2,83%, a 14.546,68 pontos.

"O que temos aqui é um mercado de ações que finalmente parece vulnerável à medida que os rendimentos dos Treasuries aumentam", diz o analista de mercado Edward Moya, da Oanda. Para o profissional, a inclinação da curva de juros é como uma "criptonita" para o Nasdaq. No S&P 500, o subíndice de tecnologia liderou as quedas (-2,98%).

As ações da Apple cederam 2,38%, as da Amazon recuaram 2,64% e as da Microsoft registraram perda de 3,62%.

"Enquanto alguns argumentam que o aumento dos rendimentos está sendo impulsionado pelo otimismo econômico, isso parece difícil de conciliar com a realidade de que a confiança do consumidor está caindo em um momento em que os preços da energia estão subindo, as cadeias de suprimentos estão cedendo e o inverno está no horizonte", alerta o analista-chefe da CMC Markets, Michael Hewson. Para o economista, há um retorno do temor de inflação.

Na Europa, as contas de luz deram um salto recentemente. Dependentes do uso de gás natural para geração de energia elétrica, os países da região foram afetados pelo aumento no preço do combustível fóssil, que é resultado do descompasso entre oferta e demanda.

Em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o economista Aldren Vernersbach, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que a Europa precisa diversificar as fontes de energia antes de acelerar a transição energética.

A China também enfrenta uma crise de energia, o que fez com que instituições financeiras como Nomura e Goldman Sachs cortassem a projeção para o crescimento da economia do país neste ano.

Mas o movimento de inclinação da curva de juros dos Treasuries começou após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, sinalizar que o processo de redução das compras de ativos pode ser anunciado em novembro.

Nesta terça, no Senado dos EUA, Powell e a secretário do Tesouro, Janet Yellen, pressionaram pela suspensão do teto da dívida do país. A economista voltou a alertar para um possível default inédito do país e a possibilidade de haver crise financeira e recessão.

Estadão
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