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Bolsas de NY repercutem comércio, economia global e balanços e fecham em baixa

7 fev 2019 - 19h44
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Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quinta-feira, 7, com perdas expressivas. Os motivos vieram da seara que assombra os investidores desde o fim do ano passado: a desaceleração da economia global aliada a incertezas nas relações comerciais entre Estados Unidos e China. O cenário de pessimismo ainda se dá diante de desapontamentos causados por balanços abaixo do esperado pelos agentes, o que ajudou a intensificar o "sell-off" e a fazer com que os principais indicadores de ações em Nova York recuassem mais de 1% durante a tarde.

O índice eletrônico Nasdaq foi o mais penalizado diante de uma realização de lucros sofrida por papéis de empresas de tecnologia e fechou em queda de 1,18%, cotado a 7.288,35 pontos. Na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), o Dow Jones baixou 0,87%, para 25.169,53 pontos; e o S&P 500 recuou 0,94%, para 2.706,05 pontos.

O avanço forte dos papéis de empresas de tecnologia deu lugar a um movimento de queda, que já havia afetado algumas ações no pregão anterior. O mar vermelho que se espalhou entre as giant techs se deu, principalmente, após o Twitter decepcionar os investidores com o crescimento de usuários ativos mensais. Os números de lucro e receita da rede social, por outro lado, superaram as estimativas, mas nem isso impediu a queda livre dos papéis da empresa, que viu suas ações cederem 9,84%. Entre os levados a reboque, estiveram Netflix (-2,12%), Facebook (-2,41%), entre outros. A Fiat Chrysler, por sua vez, sofreu ainda mais, ao despencar 12,22%, também na esteira de balanço referente ao quarto trimestre. "Cerca de 70% dos balanços do S&P 500 já foram divulgados. Os resultados se mostraram positivos, mas as projeções estão bem mornas", afirmaram analistas do Bank of America Merrill Lynch.

As perspectiva não muito otimistas das empresas americanas se somam a um cenário cauteloso pintado à frente. Na Alemanha, a produção industrial apresentou recuo inesperado de 0,4% na passagem de novembro para dezembro e, ainda no Velho Continente, a União Europeia não hesitou em cortar a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 2019 de 1,9% para 1,3%. "Um nível elevado de incerteza cerca a perspectiva econômica e as projeções estão sujeitas a riscos negativos", afirmou a Comissão Europeia ao divulgar as projeções. No Reino Unido, quem ditou as regras foi o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que revisou a estimativa de expansão do PIB do país este ano de 1,7% para 1,2%.

O cenário comercial também não contribuiu positivamente. Logo no início da tarde, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, acirrou os ânimos ao dizer que ainda há uma "distância considerável" entre os EUA e a China nas negociações comerciais. O prazo de 1º de março para que um acordo seja firmado continua sobre a mesa, mas um encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o presidente chinês, Xi Jinping, até essa data foi praticamente descartado pelo ocupante número 1 da Casa Branca. O próprio Trump havia sugerido que poderia se reunir com Xi para a conclusão de um pacto entre os dois países. Sensíveis às questões comerciais, papéis de empresas do setor industrial foram punidos - casos de Boeing (-0,95%), Caterpillar (-1,35%) e 3M (-1,35%).

Estadão
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