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Bolsas de NY monitoram Powell, Livro Bege e Trump e fecham em leve alta

18 jul 2018 - 19h05
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Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quarta-feira, 18, com ganhos modestos, apoiados por um abrandamento das tensões comerciais, com os agentes monitorando o depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o Livro Bege e o futuro das relações comerciais envolvendo Washington.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,32%, para 25.199,29 pontos; o S&P 500 subiu 0,22%, para 2.815,62 pontos; e o Nasdaq abdicou de mais uma máxima histórica ao encerrar o dia em queda de 0,01%, para 7.854,44 pontos.

O setor financeiro liderou os ganhos nesta quarta-feira, apoiado pelo balanço do Morgan Stanley, que viu suas ações subirem 2,81% após ter informado que o lucro do segundo trimestre subiu 39% em relação ao mesmo período do ano passado, superando as expectativas dos analistas. O anúncio encerra a temporada de resultados do trimestre para os seis maiores bancos dos EUA. Com os números positivos, o subíndice financeiro do S&P 500 fechou em alta de 1,53%, para 463,37 pontos.

Para o estrategista de mercados Ryan Nauman, da Informa Financial Intelligence, a força dos ganhos bancários é um bom presságio para o setor, que tem ficado para trás neste ano, apesar dos aumentos nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que normalmente aumentam a rentabilidade do crédito. "Por enquanto, no segundo trimestre, estou muito otimista em relação ao setor financeiro, mas, no futuro, será interessante ver como esse segmento se comporta com uma curva de rendimentos dos Treasuries potencialmente invertida", disse Nauman.

A diferença entre o juro da T-note de dois anos e a taxa da T-note de dez anos é um indicador importante do sentimento sobre as perspectivas de crescimento econômico. Os investidores monitoram a curva de juros de perto porque, antes de cada recessão econômica desde 1975, as taxas de curto prazo passaram a valer mais do que as de longo prazo, o que caracteriza uma inversão da curva. "O carrossel não vai durar para sempre, então estamos atentos a isso", afirmou o diretor da Bel Air Investment Advisors, Josh Markman.

Participando de sabatina no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA, Powell comentou que os planos do banco central para elevar as taxas de juros gradualmente continuam sobre a mesa. Sobre uma potencial inversão da curva, ele disse apenas que não vê evidência de recessão iminente no país e que não pretende usar o balanço de ativos da instituição para evitar uma inversão da curva.

Sobre comércio, Powell evitou questões sobre a política comercial empregada pelo governo Trump e disse que isso está fora das responsabilidades do Fed. No entanto, ele alertou que economias abertas se saem melhor do que as fechadas. "Talvez seja cedo demais para ver qualquer coisa sobre o impacto das disputas tarifárias", disse o economista-chefe da Schroders, Keith Wade. Ele também comentou que esperava que o depoimento de Powell revelasse mais sobre o pensamento do Fed sobre o comércio, mas acrescentou que interpretar indicadores econômicos até o momento tem sido um desafio.

O Livro Bege, sumário sobre as condições econômicas nas 12 distritais do Fed, mostrou que a grande maioria das unidades esperava um crescimento a um ritmo modesto ou moderado, mas revelou que a escassez de trabalhadores e os custos crescentes de matérias-primas começaram a pesar para as empresas. Ainda sobre comércio, Trump comentou nesta quarta-feira que as conversas do processo de renegociação do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) foram boas, mas revelou que pode ter um acordo separado com o México e com o Canadá.

Entre as techs, pesou a informação de que a União Europeia impôs multa recorde de 4,3 bilhões de euros contra o Google, sendo a segunda em 13 meses. A ação da Alphabet pouco reagiu e fechou em queda de apenas 0,01%. No entanto, os temores de maior regulação no Velho continente pesaram em outras companhias: o Facebook caiu 0,30%, o Twitter cedeu 3,06% e a Snap recuou 0,52%.

Estadão
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