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Bolsas de NY fecham em queda com sinalizações mistas após decisão do Fed

26 set 2018 - 21h05
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As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quarta-feira, 26, com destaque para o tombo das ações de instituições financeiras diante da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de aumentar a taxa de juros em 25 pontos porcentuais e sinalizar a continuidade da trajetória gradual de aperto monetário, embora houvesse a retirada da expressão "acomodatícia", que o Fed utilizava para caracterizar sua política, gerando especulações de que o banco central não vá muito além com os aumentos nos juros.

O índice Dow Jones registrou queda de 0,40%, aos 26.385,28, enquanto o S&P 500 cedeu 0,33%, aos 2.905,97 pontos, e o Nasdaq recuou 0,21%, aos 7.990,37 pontos.

A escolha do Fed de retirar do comunicado de política monetária a expressão "acomodatícia" deu aos mercados sinalizações mistas sobre os próximos passos da instituição em relação ao aperto econômico nos EUA. Logo após a divulgação do comunicado, os mercados acionários americanos foram às máximas do dia com a interpretação inicial de que o Fed poderia não ir muito além com os aumentos nas taxas de juros.

No entanto, em coletiva de imprensa, o presidente do banco central, Jerome Powell, minimizou a retirada do termo e ressaltou que as taxas de juros americanas continuam em níveis baixos. A ambiguidade na comunicação do Fed pesou e ocasionou uma onda de vendas de ações, com os principais indicadores acionários americanos renovando sucessivas mínimas e gerando um fluxo para os Treasuries, cujos retornos também sofreram e penalizaram papéis de bancos.

O subíndice do setor financeiro do S&P 500 liderou as perdas, com recuo de 1,27%, para 464,66 pontos, com as ações do Goldman Sachs em queda de 1,56%, as do Morgan Stanley em perda de 1,20% e as do Bank of America em baixa de 1,76%. Ao mesmo tempo, a leitura de que a caminhada do Fed rumo a taxas de juros mais altas deve se manter pressionou as bolsas americanas.

A avaliação de que retirar a expressão "acomodatícia" do comunicado de política monetária seria dovish é "exagerada", avalia o economista-chefe para EUA do JPMorgan, Michael Feroli. "Em vez disso, vemos a remoção da palavra 'acomodatícia' como consistente com um plano de longa data para evoluir a comunicação após as taxas de juros ficarem perto de zero, um plano reforçado pelo ceticismo de Powell quanto à confiabilidade das estimativas da taxa de juros neutra", ressalta.

A queda nos preços do petróleo também influenciou empresas do setor, diante da informação que os estoques de óleo bruto e gasolina nos EUA avançaram acima do esperado, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) do país. Enquanto os papéis da ExxonMobil recuaram 0,83%, os da Chevron perderam 1,15% e os da ConocoPhillips caíram 1,06%.

Estadão
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