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Bolsas de NY fecham em queda com novas tensões sino-americanas

29 out 2018 - 18h14
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Renovadas tensões sino-americanas levaram os principais índices nova-iorquinos a fecharem o pregão em território de correção técnica nesta segunda-feira, 29, com exceção do Dow Jones, que apenas atingiu a queda de 10% em relação ao último pico pontualmente. As bolsas de Nova York mostravam volatilidade desde o início da tarde, quando o Nasdaq recuava em meio a um novo imposto do Reino Unido sobre empresas de tecnologia.

O Dow Jones encerrou o dia em queda de 0,99%, aos 24.442,92 pontos, enquanto o S&P 500 recuou 0,66%, para 2.641,25 pontos. Já o Nasdaq caiu 1,63%, e o índice de volatilidade VIX, considerado o "medidor de medo" de Wall Street, fechou aos 24,70 pontos, em alta de 2,24%, depois de ter saltado mais de 13% durante o pregão.

Assim que começaram a circular no mercado as informações de que os Estados Unidos se preparam para impor uma nova rodada de tarifas a outros US$ 257 bilhões em importações chinesas no início de dezembro, de acordo com fontes, o Dow Jones e o S&P 500 foram empurrados para o negativo. Mais cedo, os índices operavam em alta em um movimento de correção, após perdas recentes.

A medida de Washington virá, segundo as informações, caso as conversas entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, não consigam amenizar as tensões comerciais com seu encontro na cúpula do G-20 em novembro, em Buenos Aires. No último sábado, num comício em Illinois, o republicano afirmou que poderia usar essa estratégia caso não chegasse a um acordo com a potência asiática, sem dar mais detalhes sobre o prazo.

Diante das renovadas tensões, papéis de empresas do setor industrial foram penalizadas, com destaque para a Boeing, que chegou a despencar mais de 7% durante as negociações e fechou em queda de 6,59%. Os da Caterpillar, ao mesmo tempo, caíram 0,93%. Ao mesmo tempo, as ações de empresas do setor de energia também sofreram neste pregão, com os papéis da Chevron em queda de 2,33% e os da Exxon Mobil em recuo de 0,62%.

O índice Nasdaq, por outro lado, foi pressionado pelas ações de tecnologia, principalmente após o ministro de Finanças do Reino Unido, Philip Hammond, anunciar um imposto de 2% sobre receitas de serviços digitais que grandes companhias de tecnologia e plataformas de mídia social ganham, provenientes dos usuários britânicos, a partir de abril de 2020. O imposto deve levantar mais de 400 milhões de libras (US$ 513 milhões) por ano.

O destaque, no setor, foi a queda dos papéis da Amazon, que cederam 6,33%, enquanto os da Alphabet, controladora do Google, caíram 4,52%. Netflix, por sua vez, registrou recuo de 5,00%. Com isso, o Nasdaq chegou a abrir mão, pontualmente, dos 7 mil pontos, os quais recuperou em seguida.

Durante a manhã, investidores acompanharam ainda a divulgação de indicadores da economia americana. O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) no país subiu 0,1% em setembro, na comparação mensal, e registrou alta de 2% na comparação anual, informou o Departamento do Comércio do país. O núcleo do indicador, medida preferida de inflação do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), avançou 0,2% ante agosto, contra previsão de alta de 0,1%, e registrou acréscimo de 2% na comparação anual.

"Apesar de um núcleo do PCE um pouco mais forte do que o esperado em setembro, um número substancial de indicadores de inflação nos EUA perdeu algum impulso nos últimos meses", destaca a Continuum Economics em nota a clientes. "Isso pode estar relacionado ao alívio das pressões dos preços das importação. Se assim for, as tarifas sobre as importações chinesas podem impedir que as pressões inflacionárias diminuam ainda mais", avalia a consultoria.

Estadão
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