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Bolsas de NY fecham em forte alta, de olho em Fed, PIB e com salto de varejistas

26 mai 2022 - 17h57
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As bolsas de Nova York estenderam os ganhos registrados na quarta-feira ao fecharem em alta robusta nesta quinta-feira. Investidores observaram uma leitura fraca do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, um dia após a ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não trazer novidades sobre o aperto monetário. Ao mesmo tempo, ações de varejistas dispararam após balanços melhores que o esperado, contrariando a onda de vendas no setor na semana passada.

O índice Dow Jones fechou em alta de 1,61%, aos 32.637,19 pontos, o S&P 500 avançou 1,99%, aos 4.057,84 pontos, e o Nasdaq acumulou ganho de 2,68%, aos 11.740,65 pontos.

"O mercado acionário americano teve rali hoje à medida que investidores olharam para a ata do Fed como um compromisso por um aperto monetário gradual para combater a inflação", diz o analista Edward Moya, da Oanda. A queda anualizada de 1,5% do PIB americano no primeiro trimestre reforçou esta percepção.

Sensíveis à perspectiva para os juros nos EUA por serem empresas de alta capitalização, grandes companhias de tecnologia tiveram forte alta nesta quinta, entre elas Tesla (+7,43%) e Meta Platforms (+4,24%). Já o Twitter avançou 6,35%, após o CEO da Tesla, Elon Musk, se comprometer a colocar mais capital próprio para a compra da rede social.

O principal destaque das bolsas em Wall Street foi o setor varejista, após balanços corporativos que surpreenderam positivamente o mercado. A Dollar Tree disparou mais de 21%, seguida de perto pela alta de quase 19% da Macy's.

O movimento desta quinta contraria o da semana passada, quando resultados trimestrais de Walmart, Cotsco e Target, entre outras varejistas, provocaram um sell-off nas ações do setor e fortaleceram o movimento de baixa nas bolsas.

Segundo o Société Générale, apesar dos bons resultados desta quinta, tanto os balanços recentes quanto as duas leituras do PIB americano do primeiro trimestre mostram aumento dos estoques no setor.

"Acúmulos de estoque em excesso imprevistos, especialmente durante um ciclo de aperto do Fed, podem ajudar a desencadear uma recessão", alerta o banco francês. "Se aceitarmos que há um problema de estoque no varejo nos EUA, os produtores claramente verão os pedidos cortados", completa.

Em outro risco para as ações nos EUA, a Capital Economics aponta para uma possível diminuição das margens em empresas do setor não financeiro. Ainda que elas não colapsem diante da ausência de uma recessão, elas poderiam cair significativamente do atual nível e colocar pressão sobre os rendimentos ou as expectativas de analistas, observa a consultoria.

Estadão
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