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Bolsas da Europa tentam firmar alta, mas com pouco fôlego e Londres pressionada

19 set 2018 - 07h14
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As bolsas europeias operam em sua maioria em território positivo, mas em geral com pouco fôlego. Alguns investidores têm considerado que as mais recentes tarifas dos Estados Unidos contra a China, com retaliação já anunciada pelo país asiático, poderiam ser piores, por isso a novidade não tem pressionado significativamente o apetite por risco. Além disso, um dado forte da inflação no Reino Unido impulsionou a libra, o que pressiona a praça londrina.

O índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,05%, a 378,93 pontos, às 6h55 (de Brasília).

Mais cedo, as bolsas tiveram jornada positiva na Ásia, o que em geral se estende para as praças europeias, embora com menos impulso. Na avaliação de Connor Campbell, da corretora Spreadex, a tarifa do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o anúncio de retaliação chinesa "não são tão ruins quanto poderiam ser". Além disso, Campbell destaca que a resposta de Pequim foi matizada por declarações do premiê Li Keqiang em defesa dos "princípios básicos" do livre-comércio e com promessas de que o yuan não será usado como arma na disputa comercial.

No Reino Unido, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,7% em agosto ante julho, acima da previsão dos analistas, de alta de 0,5%. A inflação ao consumidor do país avançou 2,7% em agosto na comparação anual, acima da expectativa de 2,4% dos analistas. A inflação acima do esperado impulsionou a libra, o que por sua vez pressionou a bolsa londrina, já que nesse caso o movimento no câmbio tende a influir negativamente em ações de empresas exportadoras. Após chegar a recuar em seguida ao indicador, Londres agora oscila perto da estabilidade.

Na Itália, continua a haver expectativa por informações sobre o Orçamento. A coalizão de governo deseja gastar mais para cumprir as promessas eleitorais, porém enfrenta uma realidade de finanças mais frágeis no país. Pela lei italiana, o governo tem até o dia 27 para delinear suas projeções fiscais e econômicas, o que já requer decisões básicas antes da entrega do Orçamento completo, prevista para outubro. Nesse quadro, a Bolsa de Milão oscila negativamente, nesta manhã.

Entre as ações em foco, Danske Bank recuava 8,04% na Bolsa de Copenhague, após o banco admitir que suspeita que grande parte dos mais de US$ 200 bilhões em transações em sua filial da Estônia eram relacionados à lavagem de dinheiro, em geral da Rússia. O executivo-chefe do maior banco da Dinamarca se demitiu, como resultado da prolongada investigação. Ainda no setor bancário europeu, outras ações se saíam melhor: Deutsche Bank subia 0,89% em Frankfurt, Santander ganhava 0,92% em Madri, Banca Monte dei Paschi tinha alta de 0,31% em Milão e BNP Paribas, de 0,64% em Paris.

Às 10h, há expectativa por um discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. É preciso observar, porém, se Draghi evitará tratar da política monetária e da perspectiva para a zona do euro, como fez em discurso na terça-feira, ou se voltará aos temas de interesse mais imediato nos mercados, após o BCE manter a política monetária na semana passada.

Às 7h02 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,03%, Frankfurt avançava 0,20% e Paris tinha alta de 0,24%. Milão caía 0,38%, Madri subia 0,01% e Lisboa operava com ganho de 0,21%. No câmbio, o euro subia a US$ 1,1699 e a libra tinha alta para US$ 1,3182.

Estadão
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