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Bolsas da Europa fecham majoritariamente em alta, com Draghi e Brexit

15 jan 2019 - 15h59
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Os mercados acionários da Europa fecharam majoritariamente em alta o pregão desta terça-feira, 15, dia de expectativa pela votação do Brexit, prevista para ocorrer nesta tarde, e impulsionados próximo ao fim do pregão pela fala do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que ressaltou a importância de incentivos à economia. Com isso, o índice Stoxx-600 registrou ganho de 0,35%, a 348,71 pontos.

Em discurso no Parlamento Europeu, Draghi afirmou que a economia da zona do euro tem se recuperado de forma constante, mas reconheceu que os recentes desenvolvimentos econômicos da região têm sido mais fracos do que o esperado e que as incertezas, principalmente as relacionadas a fatores globais, "continuam proeminentes e, portanto, não há espaço para complacência". Entre elas, ele citou a desaceleração na China.

O presidente do BCE apontou, ainda, que uma quantidade significativa de estímulos à economia continua a ser necessária para apoiar o aumento das pressões internas sobre os preços e a evolução da inflação no médio prazo. De acordo com o dirigente, a orientação futura ("forward guidance") da instituição, reforçada pelos reinvestimentos do "estoque considerável de ativos" que o banco central adquiriu, continua a fornecer o grau necessário de acomodação monetária para a convergência sustentada da inflação para a meta de inflação.

Com isso, na esteira da expectativa pela votação do acordo do Brexit proposto pelo governo britânico, esperada no fim desta tarde (horário de Brasília), o FTSE 100, de Londres, subiu 0,58%, a 6.895,02 pontos. Já o DAX, de Frankfurt, avançou 0,33%, para 10.891,79 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, registrou alta de 0,49%, para 4.786,17 pontos. Em Madri, o Ibex 35 subiu 0,36%, para 8.850,10 pontos, ao passo que em Lisboa o PSI 20 ganhou 1,05%, a 5.002,63 pontos.

Em Milão, por sua vez, o FTSE MIB caiu 0,03%, a 19.195,48 pontos, enquanto investidores acompanham informações de que o BCE deverá exigir que todos os bancos da zona do euro reduzam acentuadamente os empréstimos de liquidação duvidosa (non-performing loans, ou NPL) até 2026. Segundo fontes do Sole 24 Ore, que publicou a informação, a supervisão bancária da instituição enviou uma carta a bancos italianos em dezembro e impôs uma diminuição de NPLs dentro de sete anos.

Depois disso, Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro da Itália, acusou o BCE de criar instabilidade no sistema financeiro da região e afirmou que mais transparência é necessária para acabar com qualquer suspeita de que as ações da instituição tenham motivação política. "Essa transparência é necessária para dissipar a dúvida de que o BCE está fazendo uso político dos poderes atribuídos a ele. Esse último jogo sujo da instituição pode custar à Itália 15 bilhões de euros", afirmou Salvini, em comunicado.

Na Bolsa de Milão, as ações do setor financeiro foram pressionadas. O papel do Intesa Sanpaolo recuou 1,25%, enquanto o do Banco BPM caiu 4,13%.

Estadão
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