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Coronavírus

Bolsas da Ásia fecham em alta, mas Europa cai devido ao temor com o avanço da covid-19

Bancos centrais dos EUA, Ásia e Europa estão dispostos a ajudar da forma que puderem, mas registro de novos casos da doença causam preocupação no curto e médio prazo

26 nov 2020 - 07h42
(atualizado às 17h39)
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A percepção de que as principais economias globais e seus bancos centrais terão de gastar mais para financiar a recuperação da economia após a crise da covid-19,deu algum fôlego para as Bolsas da Ásia e Oceania nesta quinta-feira, 26. No entanto, o temor com o avanço da doença, somada a falta de apoio do mercado acionário de Nova York, fechado por conta do feriado do Dia de Ação de Graças, fez com que os índices da Europa fechassem em baixa.

O entendimento de mais estímulos foi o assunto da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O documento registrou o empolgamento do órgão com os novos dados econômicos dos EUA, mas indicou que há um grande temor com os efeitos no curto e médio prazo da segunda onda da pandemia no país americano. A entidade disse ainda que continua disposta a oferecer mais estímulos e trabalhar com os instrumentos necessários para assegurar a estabilidade do mercado.

O Fed não é o único a se preocupar com o cenário pós-pandemia. Nesta quinta, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, destacou que o impacto macroeconômico da pandemia "provavelmente persistirá" mesmo depois que as condições de saúde melhorarem com a aprovação e distribuição de vacinas.

O continente europeu tem sido novamente afetado pela doença. A Itália registrou 822 mortes e 29.003 novas infecções nesta quinta, mas a informação foi divulgada pelos órgãos de saúde com o mercado local já fechado. Na Alemanha, as restrições para conter a escalada da pandemia devem permanecer em vigor até janeiro, de acordo com a chanceler Angela Merkel. A visão é a mesma no Reino Unido, que anunciou o fim do lockdown, mas manteve as medidas de distanciamento mais rígidas.

Bolsas da Ásia

Entre os bancos centrais da Ásia e da Oceania, foi o BC da Coreia do Sul que adotou o discurso de mais estímulos. A instituição manteve o juro básico em 0,50% e, embora tenha elevado a projeção de crescimento do ano que vem de 2,8% para 3%, sinalizou taxas baixas até que a recuperação econômica se estabilize. Desta forma, o Kospi, da Bolsa de Seul, teve alta de 0,94%.

No Japão, o índice Nikkei se manteve nos mais altos níveis desde maio de 1991, aos 26.537,31 pontos, com ganho de 0,91%, absorvendo a possibilidade de mais estímulos. O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,56%. Na China, o Xangai Composto avançou 0,22%, mas o Shenzhen Composto cedeu 0,39%, afetado pelo feriado americano, que causou baixa liquidez. Na Oceania, a Bolsa de Sydney cedeu 0,70% e a de Wellington recuou 0,57%.

Bolsas da Europa

Além da preocupação com o coronavírus, os mercados europeus também acompanharam o impasse em torno de um acordo econômico pós-Brexit, forma como é chamada a saída do Reino Unido da União Europeia. Nesta quinta, o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney, descreveu que as conversas com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson estão muito difíceis. Lideranças de ambos os blocos já consideram a possibilidade de um rompimento brusco, sem nenhum acordo.

Nesta quinta, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,12%, enquanto a Bolsa de Londres cedeu 0,44%. Frankfurt caiu 0,02%, após a confiança do consumidor alemão recuar, e Paris perdeu 0,08%. Milão e Lisboa tiveram ambas baixa de 0,46%, e Madri cedeu 0,74%.

Petróleo

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda hoje, após o barril ter sustentado grandes altas nos últimos dias, chegando aos maiores níveis desde março. Em dia de baixa liquidez devido ao feriado de Ação de Graças, a expectativa da retomada econômica por meio de uma vacina deu lugar à cautela, diante da reimposição de medidas de restrição em alguns países. Hoje, o Brent para janeiro recuou 1,66%, a US$ 47,80 o barril, enquanto o WTI para o mesmo mês teve baixa de 1,58%, a US$ 44,99.

Também chamou atenção nesta quinta a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) na próxima semana. Segundo o ING, o "grupo estaria mais aberto manter cortes se os preços estivessem em torno do nível de US$ 40 o barril, no entanto, com o Brent se aproximando de US$ 50, pode haver oposição", avalia. O Iraque, o segundo maior produtor da Opep, "já deixou claro que não está satisfeito com o nível de cortes", conclui o banco.

Estadão
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