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Bolsas da Ásia e Europa fecham em queda, mas Nova York termina em alta

Enquanto europeus e asiáticos continuam monitorando o mercado de títulos americano, Bolsas dos EUA subiram, de olho nos sinais de recuperação da economia do país

5 mar 2021 - 07h55
(atualizado às 19h51)
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Os principais índices do exterior fecharam em queda nesta sexta-feira, 5, com Ásia e Europa majoritariamente em baixa, ainda de olho na intensa movimentação do mercado de títulos americanos, na medida em que a economia dos Estados Unidos dá sinais de retomada, o que automaticamente eleva o rendimento desses ativos.

Investidores ficaram decepcionados com comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, que na quinta não deu qualquer indicação de que possa tentar conter a trajetória de alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries, de mais longo prazo, movimento que tende a fazer com que investidores migrem do mercado acionário, considerado mais arriscado, para títulos de governos, tidos como mais seguros.

Como os juros mais altos aumentam os custos do financiamento para as empresas, os investidores têm vendido ações. "Tanto o Fed quanto o Banco Central Europeu (BCE) têm opções limitadas para interromper o aumento dos rendimentos antes das reuniões de março, uma vez que o Fed entra no período de silêncio neste sábado e o BCE já está em silêncio, o que pode causar alguma volatilidade", dizem analistas do banco dinamarquês Danske Bank.

Além disso, Powell também não endossou as projeções de uma alta precoce da inflação americana, que voltaram a ganhar força nesta sexta, após o relatório de geração de empregos do setor privado americano (payroll) de fevereiro, apontar para a criação de 379 mil pontos de trabalho. Para ajudar a reforçar a perspectiva de uma recuperação econômica, o Senado dos EUA segue avaliando o pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão proposto por Joe Biden, já aprovado sem nenhuma alteração pela Câmara.

Bolsas da Ásia

No mercado asiático, a Bolsa de Tóquio recuou 0,23%, enquanto a de Hong Kong caiu 0,47%, a de Seul, 0,57% e a de Taiwan, 0,32%. Na China, a Bolsa de Xangai teve baixa marginal de 0,04%, enquanto a de Shenzhen foi na contramão e subiu 0,17%.

Na Oceania, a Bolsa australiana também ficou no vermelho e recuou 0,74% em Sydney.

Bolsas da Europa

O índice pan-europeu Stoxx 600, que reúne as principais ações do continente, encerrou o pregão com perda de 0,78%, enquanto a Bolsa de Londres teve queda de 0,31%, a de Paris, 0,82% e a de Frankfurt, de 0,97%.

Milão e Madri tiveram quedas de 0,55% e 0,80% cada, enquanto a Bolsa de Lisboa, a única a registrar alta hoje, teve ganho de 0,50%.

Bolsa de Nova York

Na contramão dos índices europeus e asiáticos, a Bolsa de Nova York fechou em alta, amparada nos resultados positivos da economia americana. O índice Dow Jones fechou em alta de 1,85%, o S&P 500 subiu 1,95% e o Nasdaq avançou 1,55%. Na semana, o Dow Jones subiu 1,84%, o S&P 500 avançou 0,81% e o Nasdaq caiu 2,06%.

As ações de tecnologia tiveram importantes avanços hoje. Facebook, em alta de 2,58%, Alphabet, que controla a Google, de 3,10% e Amazon, de 0,77%.

Petróleo

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta de quase 4%, no nível mais alto em quase dois anos, ainda repercutindo a surpreendente decisão de países exportadores de continuarem com os cortes na produção da commodity. A divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos de fevereiro também ajudou a sustentar as cotações.

Em resposta, o WTI com entrega prevista para abril encerrou a sessão com ganho de 3,54%, a US$ 66,09, no maior valor desde abril de 2019. Na comparação semanal, o contrato saltou 7,46%. Já o barril do petróleo Brent para maio subiu 3,93% hoje e 7,66% na semana, a US$ 69,36, nível mais alto desde maio de 2019. /MAIARA SANTIAGO, ANDRÉ MARINHO E IANDER PORCELLA

Estadão
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