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Bolsas asiáticas fecham em baixa com preocupação sobre economia dos EUA

15 fev 2019 - 07h13
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As principais bolsas da Ásia fecharam em baixa de mais de 1% nesta sexta-feira, após dados fracos dos Estados Unidos realimentarem preocupações sobre a tendência de desaceleração da economia americana. Investidores na região também demonstraram cautela, à espera de novidades do diálogo comercial entre negociadores dos EUA e China que foi encerrado hoje em Pequim.

As vendas no varejo dos EUA sofreram uma inesperada queda mensal de 1,2% em dezembro, a maior desde setembro de 2009, segundo números divulgados pelo Departamento do Comércio americano. A notícia pressionou as bolsas de Nova York ontem e influenciou também os negócios asiáticos nesta sexta.

Em Pequim, autoridades americanas e chinesas encerraram hoje uma semana de discussões para tentar superar desavenças comerciais que levaram EUA e China a impor tarifas adicionais a bilhões de dólares em produtos um do outro desde meados do ano passado.

Não houve anúncio imediato após o fim das conversas, mas o Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, descreveu como "produtivas" as reuniões que teve nos dois últimos dias com o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, e o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer.

Segundo o jornal The New York Times, Mnuchin e Lighthizer deverão se encontrar ainda nesta sexta com o presidente chinês, Xi Jinping. Já fontes da Dow Jones Newswires dizem que ambos os lados preparam um memorando de entendimento que poderá servir de base para um eventual pacto que os presidentes Donald Trump e Xi Jinping finalizariam em um encontro de cúpula que seria organizado para discutir a disputa comercial entre os países.

Principal índice acionário chinês, o Xangai Composto caiu 1,37% hoje, a 2.682,39 pontos, reduzindo ganhos na semana a pouco mais de 2%. Já o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 0,67%, a 1.389,47 pontos, mas encerrou a semana com um salto de 6,1%. Nos últimos dias, os mercados chineses se valorizaram em meio a esperanças de avanços nas discussões comerciais entre EUA e China.

As perdas desta sexta na China vieram também na esteira dos últimos números de inflação do gigante asiático. A taxa anual de inflação ao consumidor chinês desacelerou de 1,9% em dezembro para 1,7% em janeiro, atingindo o menor nível em 12 meses, enquanto a taxa anual de inflação ao produtor diminuiu de 0,9% para 0,1% na mesma comparação, tocando o menor patamar desde setembro de 2016.

Os dados fracos de inflação reacendem temores sobre o desempenho econômico da China, mas também geram especulação de que Pequim poderá se esforçar ainda mais para estimular a segunda maior economia do mundo.

Em Tóquio, o Nikkei terminou o pregão de hoje em baixa de 1,13%, a 20.900,63 pontos, mas garantiu valorização de 2,8% na semana.

Em outras partes da região asiática, o Hang Seng caiu 1,87% em Hong Kong, a 27.900,63 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 1,34% em Seul, a 2.196,09 pontos, e o Taiex registrou baixa de 0,24% em Taiwan, a 10.064,78 pontos.

Também preocupa investidores na Ásia e em outras partes do mundo notícia de que Trump pretende declarar emergência nacional para garantir a construção de um muro na fronteira dos EUA com o México. A decisão veio depois que o presidente americano não conseguiu obter recursos suficientes para a barreira em um projeto de lei orçamentária aprovado no Congresso. Trump, porém, deverá assinar o projeto nesta sexta para evitar que o governo dos EUA sofra uma segunda paralisação parcial (o chamado "shutdown") no fim de semana.

Na Oceania, a bolsa australiana driblou o mau humor dos mercados asiáticos, graças ao bom desempenho de ações de petrolíferas. O índice ASX 200 subiu 0,11% em Sydney, a 6.066,10 pontos. Com informações da Dow Jones Newswires.

Estadão
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