PUBLICIDADE

Bolsa tem recuperação no Brasil, mas dólar ainda sobe

Desdobramentos da guerra comercial entre EUA e China ainda preocupa investidores; por aqui, ata do Copom animou o setor varejista

6 ago 2019 - 13h22
Compartilhar
Exibir comentários

Depois das fortes quedas de segunda-feira, os ativos globais tentam se recuperar nesta terça-feira, 6, embora os investidores sigam preocupados com as tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O fato de o Banco do Povo da China (PBoC) ter estabelecido o valor do dólar contra o yuan, a moeda chinesa, em uma taxa maior do que a da véspera, mas ainda abaixo da marca de 7 yuans, ajuda a dar o tom de alívio nesta manhã.

Às 12h40, o Ibovespa subia 1,24%, chegando aos 101.339,22. O dólar passou a ganhar força ante as moedas emergentes. Em relação ao real, a moeda dos EUA chegou a superar R$ 3,98. Neste início de tarde, tinha valorização de cerca de 0,50% no mercado à vista.

Com o alívio global, a ata do Copom, divulgada na manhã desta terça, acabou em segundo plano, ainda que o mercado tenha interpretado, a partir da comunicação do Banco Central, a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário.

Dia de recuperação de perdas

O clima menos turbulento no exterior permite ao Ibovespa subir nesta terça-feira depois do recuo de 2,51% na véspera (100.097,75 pontos). A valorização do índice supera a alta das Bolsas de Nova York, que perderam força no fim da manhã. Ainda assim, o Ibovespa, que chegou à máxima de 101.758,19 pontos, reduziu um pouco o ímpeto. Na mínima, alcançou 100.097,51 pontos.

Na Bolsa brasileira, as ações da Petrobrás avançavam perto de 2% no início da tarde, em dia de alta modesta do petróleo. As ações da Vale subiam ao redor de 1,20%, mesmo diante da queda de 2,99% do minério de ferro na China.

Os papéis de bancos também tinha alta firme: ações ON do Banco do Brasil chegaram a subir mais de 2%, após o banco informar sobre possibilidade de a Caixa vender suas ações (oferta pública secundária de ações) de titularidade no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Pela cotação de segunda-feira, a operação pode movimentar R$ 3,28 bilhões.

As ações de varejistas subiram depois de a ata do Copom sinalizar mais cortes de juros ao longo do ano. No começo da tarde, as ações ON da Lojas Renner subiam 3,33%, Natura ON avançava 2,13% e Via Varejo ON, 1,77%.

Guerra cambial

Investidores entenderam a decisão do banco central chinês de estabelecer o valor do dólar contra o yuan em uma taxa maior do que a de segunda-feira como uma sinalização de que o país não deve ir adiante com a depreciação de sua moeda, evitando aumento das tensões com os Estados Unidos, que acusam Pequim de "manipulação cambial".

O PBoC também vendeu títulos denominados em yuan em Hong Kong, "um movimento que absorveria a liquidez e apoiaria a moeda chinesa offshore", acrescentam os estrategistas de câmbio do BBH. "Para nós, este é um sinal claro de que a China não está fazendo de sua moeda um 'armamento'", apontam.

Nas Bolsas de Nova York, os ganhos foram limitados por uma sinalização do vice-presidente americano, Mike Pence, de que Washington estaria aberto a impor sanções a autoridades chinesas na província de Xinjiang, onde muçulmanos estão detidos em campos de internação.

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de St. Louis, James Bullard, defendeu aguardar para ver como a economia americana reagirá antes de novos cortes de juros.

No início da tarde, o Dow Jones subia 0,16%, S&P 500 avançava 0,30% e Nasdaq tinha alta de 0,49%. Na Europa, os índices operara majoritariamente em queda: Londres fechou em baixa de 0,72%, Frankfurt recuou 0,78% e Paris teve perda de 0,13%. / Maria Regina Silva, Monique Heemann, Luciana Xavier, Niviane Magalhães e Nicholas Shores

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade