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Bolsa fecha na máxima histórica em primeiro pregão no governo Bolsonaro

Noticiário local fez Bolsa ter forte alta de 3,56% e atingir recorde no valor nominal de fechamento, aos 91.012 pontos; ação da Eletrobrás dispara e fecha em alta de 20,72%; dólar terminou o dia em queda de 1,83%, cotado a R$ 3,80

2 jan 2019 - 12h17
(atualizado às 19h39)
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As perspectivas positivas para a economia no governo Jair Bolsonaro embalaram o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, nesta quarta-feira, 2. Impulsionada pelo noticiário político positivo, a Bolsa terminou o dia em valorização de 3,56%, aos 91.012 pontos, em seu maior valor nominal de fechamento na história. Na máxima do dia, perto das 15h, o Ibovespa chegou a avançar 4,07%, aos 91.478,84 pontos.

Já o dólar seguiu o bom humor no cenário local e fechou o dia em baixa de 1,83%, cotado a R$ 3,8046.

Com um noticiário robusto, um dos destaques de alta do pregão foram os papéis da Eletrobrás, que dispararam nesta tarde. As ações ordinárias da estatal avançaram 20,72% e as preferenciais 14,52%.

As declarações do ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, de que o governo do presidente Jair Bolsonaro dará continuidade ao processo de privatização da Eletrobrás impulsionaram a alta dos papéis. Além disso, Wilson Ferreira Junior confirmou o convite para permanecer na presidência da Eletrobrás, o que deu ainda mais força para a subida dos preços.

Segundo um operador, os motivos que influenciaram no bom desempenho generalizado dos ativos locais foram as sinalizações de continuidade da agenda de privatizações, expectativas de avanço das reformas, principalmente a da Previdência, e o apoio do PSL, partido de Bolsonaro, à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a Presidência da Câmara, o que deve facilitar a aprovação na Casa de pautas importantes para o governo.

Para analistas de renda variável, os investidores - em sua maioria locais - trabalham com sinais positivos para a economia brasileira que têm como base tanto as prévias para os indicadores de atividade quanto o otimismo que permeia as ações pró-mercado do novo governo.

"A inflação está muito comportada, as vendas de Natal foram melhores e há redução (mesmo que leve) da taxa de desemprego. Essa cesta mostra que podemos ter uma situação economicamente melhor no decorrer do ano", nota Marco Tulli, gestor de renda variável da Coinvalores.

Na avaliação de Raphael Figueredo, da Eleven Financial Research, a Bolsa brasileira ainda vive uma dicotomia, com os investidores domésticos comprados em contraposição aos estrangeiros que estão fora do mercado acionário brasileiro - ainda como observadores e com os olhos voltados para questões externas.

"Enquanto o mundo está preocupado com a China, o Brasil vai se descolando de seus pares no mercado de ações e na moeda por causa do momento político. Ontem a fala pró-mercado de Bolsonaro deu o tom que ajuda a ancorar expectativas", disse.

Do ponto de vista político, também ressalta Tulli, a sinalização do governo de Jair Bolsonaro em relação a um bom relacionamento com o Congresso Nacional também anima uma vez que o Executivo depende do Legislativo em reformas importantes, como a da Previdência e a tributária.

Hoje pela manhã, ao assumir oficialmente o cargo, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sugeriu um "pacto de amor pelo Brasil" entre governo e oposição para aprovar reformas. "É importante pedir aqui um pacto político entre governo e oposição. Não é possível que a oposição não possa compreender a capacidade de primeiro olhar para o Brasil, para as famílias e para o presente", discursou.

Altas

Apesar de preocupações sobre o crescimento global, após dados apontando para uma desaceleração da economia chinesa, as ações da Petrobrás viraram, acompanhando a forte guinada nos preços do petróleo, que passaram a subir mais de 2%. Nesse contexto, as ações da estatal fecharam em alta de 6,08% (PN) e 4,92% (ON). Segundo analistas, a súbita virada no movimento dos preços foi derivada de informações de que a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) teria tido, em dezembro, o maior recuo dos últimos dois anos, puxado pela Arábia Saudita.

Na esteira da política mais favorável à liberação da posse de arma do novo governo, as ações da Forjas Taurus tiveram as maiores altas do mercado nesta quarta-feira, com saltos de 50,52% (ON) e 47,65% (PN).

Pouco antes de ser empossado, o presidente Jair Bolsonaro (PSL), afirmou via Twitter que liberará a posse de arma de fogo por meio de um decreto, assim como tornará o registro da arma definitivo.

Estadão
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