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Bolsa fecha na máxima do dia, em alta de 0,97%, apesar da pressão no câmbio

12 abr 2021 - 17h54
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Descolado da sessão moderadamente negativa em Nova York, e neutro a mais um dia de pressão no câmbio, com a moeda americana negociada a R$ 5,7423 na máxima desta segunda-feira, 12, o Ibovespa iniciou bem a semana com a aproximação da disputa entre comprados e vendidos no vencimento do índice futuro, na quarta-feira. Assim, as ações de Petrobras e bancos, ainda bem descontadas no ano, estiveram entre as vencedoras em sessão com relativamente poucos catalisadores, aqui e no exterior.

Vindo de perda de 0,54% na sexta-feira, quando Dow Jones e S&P 500 renovavam máximas históricas, o Ibovespa fechou nesta segunda na máxima da sessão, em alta de 0,97%, aos 118.811,74 pontos, elevando os ganhos do mês a 1,87% e limitando as perdas do ano a apenas 0,17%, apesar dos ruídos que continuam a chegar de Brasília, envolvendo agora não apenas o ainda indefinido Orçamento de 2021, mas também a instalação de uma CPI para investigar a atuação do governo durante a pandemia. Leve, o giro financeiro desta segunda-feira ficou em R$ 28,7 bilhões.

Nos EUA, após a renovação de recordes na última sexta-feira, os índices de ações ainda refletem o otimismo sobre a recuperação econômica, amparada por forte ritmo de vacinação, com média acima de 3 milhões por dia na última semana, e por intensos estímulos monetários e fiscais assegurados pelo Federal Reserve e pelo governo Biden. "Nesta segunda, a expectativa é de que houvesse correção natural em Nova York, depois das máximas da semana passada. No exterior, passa a prevalecer a espera pela temporada de resultados na Europa e nos Estados Unidos, a partir de quarta-feira", observa Thayná Vieira, economista da Toro Investimentos.

Para Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, o ponto atual do Ibovespa, a 118 mil, é "decisivo para o restante do mês e para definir o rumo no curtíssimo prazo". "Se finalmente conseguir romper esse patamar, a tendência de alta no curto prazo volta a ganhar força e temos como alvo a faixa de 120 mil, topo cravado em fevereiro". No sentido oposto, "a perda dos 115 mil pontos deixaria o mercado em 'stand by' mais uma vez, travado entre 118 e 108 mil pontos, como visto no mês passado", acrescenta o analista. Nos melhores momentos das últimas cinco sessões, o Ibovespa foi acima dos 118 mil, mas apenas conseguiu sustentar a marca nos fechamentos de hoje e do último dia 8.

Nesta segunda-feira, desde a manhã o índice da B3 permaneceu acima dos 118 mil pontos, saindo de mínima na abertura a 117.660,77 pontos para fechar o dia exatamente no pico da sessão. Os juros futuros e o câmbio, por sua vez, seguiram atordoados pela situação fiscal, percepção agravada pela indicação, por fontes ouvidas pelo Broadcast no meio da tarde, de que PEC para ações contra a covid-19 pode abrir espaço para emendas parlamentares ao Orçamento. "Notícias de que parte do orçamento de saúde pode ficar fora do teto de gastos chegaram a diminuir a alta dos ativos (ações) domésticos", diz Lucas Collazo, especialista da Rico Investimentos.

No sábado, ao voltar de passeio de moto pelo entorno de Brasília, o presidente Jair Bolsonaro, sem nada dizer, deu partida no motor ao ser questionado, na porta do Palácio da Alvorada, sobre a sanção da peça orçamentária, com prazo final para o dia 22 de abril. Apesar dos alertas da equipe econômica, não se sabe ainda se o presidente fechará com a responsabilidade fiscal ou com a aproximação ao Centrão, para assegurar apoio na Câmara e no Senado.

Apesar da incerteza sobre a política e a economia, a busca por descontos às vésperas do vencimento do índice futuro contribuiu para dar suporte ao Ibovespa neste começo de semana, em desempenho positivo para Petrobras (PN +1,01%, ON +1,02%) e bancos, com ganhos de até 2,48% (Itaú PN) no segmento de maior peso no índice, o qual fechou hoje em conjunto com o Ibovespa nas respectivas máximas do dia. O desempenho positivo de Petrobras na sessão foi favorecido não apenas pelo moderado avanço do Brent nesta segunda-feira, mas também pelo "acordo com o governo sobre os volumes excedentes da cessão onerosa nos campos de Sépia e Atapu", observa Ribeiro, da Clear.

Estadão
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