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Boeing tem pedido mais baixo de aviões desde 2003

Em 2019, companhia esteve mergulhada em crises por conta das quedas do modelo 737 Max; em um período de cinco meses, dois aviões caíram e deixaram 346 pessoas mortas na Indonésia e na Etiópia

14 jan 2020 - 19h52
(atualizado às 20h10)
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Os pedidos e entregas de novos aviões da Boeing diminuíram em 2019, ano em que a companhia estava mergulhada em crises por conta dos acidentes fatais com o modelo 737 Max - que, antes disso, tinham sido o lançamento mais vendido da empresa.

Em um período de cinco meses, dois aviões 737 Max caíram e deixaram 346 pessoas mortas na Indonésia e na Etiópia. Esses modelos permanecem em terra desde março de 2019 em quase todo o mundo. O problema afetou 178 aviões segundo nota divulgada à imprensa na última sexta, 10.

Os pedidos brutos de novos aviões caíram para a marca mais baixa em 16 anos. A empresa disse nesta terça, 14, que registrou 246 pedidos brutos, o menor total desde 2003. Além disso, a Boeing registrou mais cancelamentos que novos pedidos em 2019; após os cancelamentos, o número líquido de pedidos foi de 54.

As entregas também caíram. De 806 aviões em 2018 para 380 no ano passado, uma queda de quase 50%. Isso deixou a Boeing muito atrás da rival europeia Airbus, com 863 entregas, na corrida pela supremacia global de construção de aviões.

A Boeing tem no total 4.545 pedidos não atendidos para a entrega do modelo 737 Max, um atraso que levaria vários anos para ser resolvido. No entanto, a empresa está interrompendo a produção porque não se sabe quando o avião poderá voar novamente.

A Boeing ainda está fazendo alterações no software e outros sistemas, e a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) afirmou que não tem cronograma para aprovar o trabalho da Boeing.

Diante do cenário, a American Airlines disse nesta terça que está removendo o Max de seu cronograma por mais dois meses - até o início de junho - e deve cancelar 140 voos por dia até lá. A American possui 24 jatos Max e esperava que tivesse mais 40 até o final do ano passado e outros 10 em 2020. Sem os aviões, a American cancelou cerca de 36 mil voos em 2019 e espera cancelar quase 21 mil até 3 de junho.

A companhia aérea estimou que a proibição de decolagem do 737 custou US$ 540 milhões (R$ 2,23 bilhões) em impostos em 2019 - valor que pode ser atualizado na próxima semana, quando a American divulgar os resultados.

A transportadora disse na semana passada que chegou a um acordo com a Boeing sobre a compensação para 2019 danos relacionados à proibição, mas não divulgou detalhes.

Estadão
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