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BCE se preocupa com dívidas elevadas, bancos fracos e bolha imobiliária

29 mai 2019 - 09h20
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Com a economia da zona do euro enfraquecendo este ano, os riscos para a estabilidade financeira estão aumentando, disse o Banco Central Europeu nesta quarta-feira, destacando uma longa lista de vulnerabilidades, de bolha imobiliária a dívidas públicas altas e Brexit.

O crescimento do bloco monetário composto por 19 países desacelerou acentuadamente no ano passado e uma guerra comercial pode afetar ainda mais a confiança empresarial, aumentando o risco de prejudicar a volatilidade do mercado.

"Os desafios para estabilidade financeira aumentaram em meio a riscos negativos para as perspectivas econômicas", disse o BCE em seu relatório de estabilidade semestral. "Se os riscos negativos para o crescimento se materializarem, os custos de financiamento para soberanos vulneráveis tendem a aumentar, o que pode desenterrar preocupações de sustentabilidade da dívida."

Destacando as preocupações do BCE, a expectativa é que a UE inicie medidas disciplinares contra a Itália na semana que vem por violar as regras fiscais do bloco, mesmo quando se encontra com uma das maiores dívidas da região.

"A falta de disciplina fiscal, o atraso das reformas fiscais e estruturais, ou até mesmo a reversão de reformas passadas, podem reacender as pressões sobre soberanos mais vulneráveis", disse o BCE sem citar a Itália, mas aludindo ao aumento dos prêmios de risco italianos.

Apontando para outro risco, o BCE disse que os bancos provavelmente gerarão um retorno sobre o patrimônio de cerca de 6% nos próximos dois a três anos, com uma grande parte dos credores incapazes de ganhar o custo do capital ou os retornos esperados de 8% a 10% pelos investidores.

Os lucros fracos dos bancos são particularmente preocupantes, uma vez que os credores transmitem a maior parte do estímulo político do BCE e as corporações dependem mais do financiamento bancário do que dos mercados de ações.

O BCE também alertou que os mercados imobiliários residenciais estavam mostrando sinais de sobrevalorização moderada, uma preocupação já que o declínio no endividamento das famílias após a crise parece ter desacelerado significativamente.

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