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BCE deve prometer estímulo ainda mais prolongado para impulsionar inflação

21 jul 2021 - 19h32
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O Banco Central Europeu deve prometer na quinta-feira um período mais longo de estímulo para cumprir o compromisso de impulsionar a inflação, mas o debate entre os formuladores de política monetária deve ser tenso e nenhuma nova medida será anunciada.

Chefe do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. 12/3/2020. REUTERS/Kai Pfaffenbach
Chefe do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. 12/3/2020. REUTERS/Kai Pfaffenbach
Foto: Reuters

O Conselho do BCE se reunirá pela primeira vez desde que a instituição revelou uma meta de inflação ajustada no início deste mês, dentro de um processo mais amplo de revisão estratégica de 18 meses de seus papéis em uma série de áreas, desde a inflação até mudanças climáticas.

Entre as conclusões, o BCE disse que períodos mais longos de inflação ultrabaixa, como o atual, requerem um apoio especialmente forte ou persistente --uma formulação ambígua que está se revelando difícil de ser convertida em política real.

Os membros do órgão discutiram no início de mês como adaptar a orientação de política para se adequar a esse compromisso e acabaram adiando promover qualquer mudança a fim de manter o apoio unânime ao novo e ambicioso documento de estratégia.

As mesmas diferenças devem ressurgir na quinta-feira e autoridades monetárias conservadoras, como o chefe do Bundesbank, Jens Weidmann, provavelmente não cederão, e a chefe do BCE, Christine Lagarde, terá então de buscar um entendimento comum ou renunciar a seu desejo de unanimidade.

Essa orientação futura é vital, pois sinalizará a abordagem do BCE a decisões fundamentais a serem tomadas nas próximas reuniões, incluindo como encerrar seu pacote de apoio à pandemia de 1,85 trilhões de euros e se, nesse processo, deve intensificar medidas de apoio mais tradicionais.

O cerne do debate é se o BCE deve tentar empurrar a inflação temporariamente para acima de sua meta de 2%, um exercício politicamente arriscado para alemães preocupados com a inflação e que já estão céticos com os esforços de estímulo do BCE.

Sinalizando um compromisso potencial, Isabel Schnabel, membro do conselho do BCE, argumentou que o crescimento real dos preços ao consumidor --não apenas as expectativas-- precisaria acelerar antes que o BCE apertasse a política, e que os excessos da inflação seriam um sinal de paciência, em vez de um objetivo.

"As perspectivas de inflação mais altas precisam ser visivelmente refletidas na dinâmica da inflação subjacente real antes de garantir uma reavaliação mais fundamental das perspectivas de inflação de médio prazo", disse Schnabel, que é alemã, neste mês.

((Tradução Redação Brasília))

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