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BCE adia alta de juros de novo com deterioração do cenário econômico

6 jun 2019 - 09h15
(atualizado às 10h52)
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O Banco Central Europeu adiou o prazo para sua primeira alta de juros pós-crise de novo nesta quinta-feira e disse que continuará pagando aos bancos para emprestarem, em seu mais recente esforço para reanimar a economia da zona do euro.

Sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, na Alemanha
12/03/2016
REUTERS/Kai Pfaffenbach/
Sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, na Alemanha 12/03/2016 REUTERS/Kai Pfaffenbach/
Foto: Reuters

O presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou que as autoridades abordaram a prontidão do banco em agir em caso de "contingência adversa" e vários levantaram a possibilidade na discussão desta quinta-feira de mais cortes de juros ou de retomar as compras de ativos.

As medidas, mais ousadas do que analistas esperavam até algumas semanas atrás, acontecem no momento em que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China prejudica a economia global e especialmente países da zona do euro orientados por exportação, como a Alemanha.

Draghi disse em entrevista à imprensa após o anúncio que as decisões foram tomadas de forma unânime.

Respondendo à rápida deterioração das expectativas de inflação, o BCE prometeu manter os juros nos níveis atuais, em mínima recorde, ao menos até o primeiro semestre de 2020, em vez do final deste ano como havia dito em março.

Ao explicar essa decisão, Draghi disse que os riscos para a economia são negativos.

"A incerteza sobre as negociações do Brexit e...sobre as vulnerabilidades de certos países emergentes que são importantes, e de forma mais geral a incerteza sobre o crescimento do comércio global, foram além do que acreditávamos em março e é por isso que prorrogamos nossa orientação futura", disse Draghi.

O BCE também disse nesta quinta-feira que permitirá que os bancos tomem emprestado junto ao BCE a uma taxa apenas 10 pontos básicos acima da taxa de depósito de -0,40% desde que superem os referenciais de empréstimo do BCE em uma nova operação de refinanciamento de longo prazo, ou TLTRO.

"Para os bancos cujo empréstimo líquido elegível superar o referencial, a taxa aplicada no TLTRO III será menor e pode ser tão baixa quanto os juros médios do instrumento de depósito prevalecente durante a operação mais 10 pontos básicos", disse o BCE.

Com as incertezas já afetando o comércio, grandes bancos centrais como o BCE e o norte-americano Federal Reserve parecem ter desistido de planos de apertar a política monetária e os mercados estão agora posicionados para um afrouxamento monetário.

Economistas consultados pela Reuters esperam que os juros fiquem inalterados e projetam uma primeira alta apenas em 2021. Eles também veem que a próxima ação do banco central será afrouxamento da política monetária, e não aperto.

Com a decisão desta quarta-feira, a taxa de depósito, considerada sua principal ferramenta de juros, permaneceu em -0,40%. A principal taxa de refinanciamento ficou em 0% e a taxa de empréstimo continuou em 0,25%.

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