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BC fala novamente em "liberdade de ação", mas com cautela, e indica nova queda dos juros

12 dez 2017 - 08h49
(atualizado às 09h48)
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O Banco Central informou que mantém sua "liberdade de ação" para decidir os próximos passos da política monetária daqui para frente, mas ressaltou que suas decisões serão tomadas com "cautela", mantendo o caminho pavimentado para novo corte, porém menor, da taxa básica de juros no início de 2018.

Logo do Banco Central na sede da instituição, em Brasília 15/01/2014  REUTERS/Ueslei Marcelino
Logo do Banco Central na sede da instituição, em Brasília 15/01/2014 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

"Houve consenso em manter liberdade de ação, mas sinalizar que o atual estágio do ciclo recomenda cautela na condução da política monetária", mostrou a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC publicada nesta terça-feira.

Na semana passada, o BC reduziu a Selic para a mínima histórica de 7 por cento ao ano, deixando a porta aberta para nova redução adiante e já indicando que a investida viria com "cautela".

Isso porque o BC deixou claro que os passos seguintes estão mais sensíveis a eventuais mudanças no cenário de riscos o que, para analistas, foi uma sinalização sobre como será o desfecho da reforma da Previdência. E reforçou essa visão na ata.

"Para a próxima reunião, caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o Comitê vê, neste momento, como adequada uma nova redução moderada na magnitude de flexibilização monetária", trouxe o documento.

"Essa visão para a próxima reunião é mais suscetível a mudanças na evolução do cenário e seus riscos que nas reuniões anteriores", acrescentou.

O atual ciclo começou em outubro de 2016, quando a Selic foi reduzida em 0,25 ponto percentual, a 14 por cento ao ano. A investida de agora dá sequência à estratégia do BC de seguir cortando os juros e impulsionar a atividade num quadro de inflação baixa, expectativas ancoradas e recuperação econômica ainda gradual.

Diante da conjuntura, a maioria dos agentes econômicos já esperava nova dose de afrouxamento monetário em fevereiro, primeira reunião do Copom em 2018, de 0,25 ponto percentual.

A reforma da Previdência, em especial, tem sido sinalizada pelo BC como fundamental na política monetária, por ter capacidade de melhorar as contas públicas do país. O governo, no entanto, vem enfrentando forte resistência política no Congresso para tentar tirar a matéria do papel.

Na semana passada, o BC também reduziu a projeção de inflação pelo cenário de mercado a 2,9 por cento em 2017, ante 3,3 por cento em sua última estimativa, de outubro, e abaixo do piso da meta oficial deste ano --de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Na ata, ressaltou que os preços administrados, afetados pelas tarifas de energia elétrica, "têm constituído um choque inflacionário", estavam sendo compensados pela queda nos preços dos alimentos.

"Com a perspectiva de redução de preços da ordem de 5 por cento no ano, o componente de alimentação no domicílio medido pelo IPCA explica grande parte do desvio da inflação em relação à meta de 4,5 por cento vigente para o ano corrente", acrescentou.

Para 2018, o BC passou a ver a alta do IPCA em 4,2 por cento, contra 4,3 por cento antes, e manteve seu cenário em 4,2 por cento para 2019. O cenário de mercado supõe Selic de 7 por cento ao fim deste ano e do próximo e de 8 por cento ao fim de 2019.

Pesquisa Focus mais recente do BC, que ouve semanalmente uma centena de economistas, mostrou que a estimativa deste ano é que a inflação ficará abaixo da meta, o que deixa o caminho aberto para juros menores.

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