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BC da Turquia mantém juros em 19% e retira promessa de aperto

15 abr 2021 - 08h45
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O banco central da Turquia manteve a taxa de juros em 19% como esperado nesta quinta-feira e retirou a promessa de apertar mais a política monetária se necessário, em sua primeira decisão desde que o presidente Tayyip Erdogan demitiu o chefe hawkish da autoridade monetária.

Sede do BC da Turquia em Ancara. REUTERS/Umit Bektas
Sede do BC da Turquia em Ancara. REUTERS/Umit Bektas
Foto: Reuters

Em comunicado, o banco não repetiu as promessas do mês passado de adotar mais altas de juros se necessário e de manter "decisivamente" a política monetária apertada "por um período prolongado" para lidar com a inflação, que foi acima de 16%.

A lira recuou 0,7%, para 8,125 ante o dólar, depois de a orientação "hawkish" ter sido removida.

O comitê de política monetária do banco, sob o comando do novo presidente, Sahap Kavcioglu, disse que os juros "continuarão a ser determinados em um nível acima da inflação para manter um forte efeito desinflacionário até que indicadores fortes apontem para uma queda permanente na inflação".

A demissão abrupta do predecessor Naci Agbal por Erdogan, no mês passado, vez os investidores estrangeiros deixarem o país por preocupações de que ele cortaria rapidamente os juros.

Mas as recentes promessas do novo presidente do BC de política apertada --e uma queda de mais de 10% na lira-- convenceram analistas de que a política monetária permanecerá como está por enquanto.

Em pesquisa da Reuters, 17 de 19 economistas projetavam que o banco iria manter sua taxa de uma semana , antes de adotar um afrouxamento provavelmente após meados do ano.

No mês passado, Agbal havia elevado os juros acima do esperado, em 200 pontos básicos, para níveis vistos pela última vez em meados de 2019 , buscando conter a inflação e sustentar a moeda.

Antes de assumir o cargo, Kavcioglu havia criticado abertamente a postura de aperto e abraçou a visão não ortodoxa do presidente de que juros altos causam inflação.

Erdogan demitiu três chefes de bancos centrais em dois anos, afetando a credibilidade monetária.

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