Bayer reclama de burocracia para fazer parcerias com instituições
São Paulo, 13 - O excesso de burocracia é um dos principais entraves para a realização de parcerias entre a iniciativa privada e as instituições de ensino, avalia o diretor do Centro de Expertise em Agricultura Tropical (Ceat) da Bayer, Dirceu Ferreira Júnior. "Instalações de universidade estão sucateadas e dificultam a realização de pesquisas. Temos pessoas capacitadas, mas faltam condições para trabalhar adequadamente na inovação", disse o executivo durante o Summit Agronegócio Brasil, realizado nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Para Ferreira, a indústria só conseguirá avançar em tecnologia quando houver um diálogo pleno com a sociedade. "Não podemos mais fugir desta conversa", enfatizou.
Na avaliação dele, o futuro ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, compreende os gargalos do setor pois também "é cientista", portanto a expectativa em relação a seu trabalho à frente da pasta é positiva. Pontes foi escolhido por Jair Bolsonaro (PSL) para integrar seu governo.
Lei dos Agrotóxicos
O diretor do Centro de Expertise em Agricultura Tropical (Ceat) da Bayer defendeu a nova Lei dos Agrotóxicos que está em tramitação no Congresso Nacional e afirmou que o objetivo "não é flexibilizar a lei, mas sim reduzir a burocracia dos órgãos reguladores".
O representante da Bayer destaca que a indústria gasta de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões para colocar uma molécula nova no mercado, que pode levar um prazo de até dez anos. Passada esta etapa, os reguladores demoram de cinco a seis anos para aprovar e liberar o registro para comercialização. "Nos Estados Unidos e Canadá, por exemplo, a demora é de dois anos para a aprovação", ressaltou.
A morosidade no processo faz com que as tecnologias criadas pela indústria se tornem até obsoletas quando a liberação federal é feita, dado o espaço de tempo entre a criação da molécula e sua comercialização.
