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Bayer obtém decisão provisória para novo julgamento em litígio sobre glifosato

11 out 2018 - 16h23
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Washington, 11 - A Bayer obteve uma decisão provisória para um novo julgamento de recurso que pede a revisão do veredicto que a obriga pagar US$ 289 milhões em indenização ao jardineiro Dewayne Johnson, que supostamente teria sido contaminado pelo uso de um herbicida da Monsanto à base de glifosato, resultando em um câncer. A juíza Suzanne Ramos Bolanos, da Califórnia, determinou na quarta, em medida provisória, um novo julgamento para resolução do litígio. A decisão deve ser analisada até o fim deste mês.

Em agosto, um júri da Califórnia considerou que o glifosato, um componente essencial do herbicida Roundup, comercializado pela Monsanto, seria responsável pelo linfoma não-Hodgkin do jardineiro. Em setembro, a Bayer entrou com recurso no litígio, alegando que o montante indenizatório não é justificável e que as provas do processo são frágeis. A companhia pede a reversão do veredicto, um novo julgamento ou a redução do valor da indenização.

A Bayer disse, nesta quinta-feira, que a decisão respalda a opinião de que o veredicto está em desacordo com pesquisas as quais mostram que o glifosato é seguro. "O veredicto do júri estava totalmente em desacordo com mais de 40 anos de uso no mundo real, um extenso corpo de dados e análises científicas, incluindo análises aprofundadas pelas autoridades reguladoras dos Estados Unidos e da União Europeia, e aprovações em 160 países", afirmou a empresa em comunicado.

"Os herbicidas à base de glifosato são seguros quando usados conforme as instruções e o componente não é cancerígeno", completou a companhia.

Segundo a multinacional, a juíza também está considerando os pedidos da empresa para um novo julgamento sobre os veredictos de responsabilidade e a redução de US$ 39 milhões em indenizações compensatórias.

A Bayer é controladora da Monsanto, que enfrenta cerca de 8,7 mil processos relacionados a produtos à base de glifosato. Desde o veredicto, as ações da Bayer caíram cerca de 20%, já que os investidores precificaram o potencial de impacto negativo na receita da companhia, em meio a inúmeros litígios abertos.

A defesa de Johhson deve recorrer da decisão se for finalizada. Os litígios relacionados ao glifosato iniciaram em 2015, quando a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, uma unidade da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificando o glifosato como componente com potencial cancerígeno. Fonte: Dow Jones Newswires.

Estadão
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