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Barkin, do Fed, diz que problemas de oferta de mão de obra nos EUA podem durar além da pandemia

19 out 2021 - 15h09
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A escassez de mão de obra nos Estados Unidos pode durar além da pandemia de coronavírus e limitar o crescimento econômico geral, a menos que o país apresente melhores políticas educacionais, sanitárias e de creches para aumentar o número de pessoas dispostas e capazes de trabalhar, disse o presidente do Federal Reserve de Richmond, Thomas Barkin, nesta terça-feira.

Placa sinaliza feira de empregos em Nova York
03/09/2021
REUTERS/Andrew Kelly
Placa sinaliza feira de empregos em Nova York 03/09/2021 REUTERS/Andrew Kelly
Foto: Reuters

"À medida que nossa força de trabalho envelhece e a taxa de natalidade recua, podemos ver a participação na força de trabalho limitando nosso crescimento econômico", disse Barkin em comentários preparados para evento da Câmara de Comércio da Carolina do Sul, observando que, embora a escassez de mão de obra tenha se mostrado aguda durante a reabertura pós-pandemia, ela representa um desafio de longo prazo para o país.

"No geral, este é um problema de matemática. Com o tempo, não poderemos crescer sem mais trabalhadores. A melhor fonte de mais trabalhadores são aqueles que estão inativos. E os que estão inativos não vão voltar ao mercado de trabalho a menos que a matemática faça mais sentido para eles", disse Barkin, sugerindo programas de creches que ajudem os pais, melhores salários e opções de transporte ou até incentivos para que os mais velhos continuem em seus empregos.

Ele observou, por exemplo, que as políticas de licença parental no Canadá parecem ajudar a aumentar a participação na força de trabalho do país, enquanto o Japão usou uma combinação de idades mais elevadas para aposentadorias obrigatórias e subsídios para trabalhadores mais velhos para aumentar o número de pessoas com idade entre 60 e 64 anos na força de trabalho.

A perspectiva de limitações à participação na força de trabalho nos Estados Unidos é uma questão fundamental para o Fed, pois contempla uma mudança em direção à política monetária pós-pandemia. Mais trabalhadores do que o esperado se aposentaram durante a crise, enquanto outros, especialmente mulheres e aqueles em empregos de baixa remuneração, pararam de trabalhar por causa de responsabilidades familiares ou preocupações com riscos à saúde.

Alguns hesitam em retornar a seus empregos sem receber um salário mais alto.

Isso, por sua vez, tem levantado dúvidas sobre se o banco central dos EUA poderia atingir sua meta de "pleno emprego" mais cedo do que o esperado.

"Podemos nos deparar com uma escassez de mão de obra que dura muito além desta pandemia", disse Barkin.

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