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Banco Central revisa projeção para PIB de 2019 de 2,0% para 0,8% 

Entre os componentes do PIB para 2019, o BC alterou para cima apenas a projeção para a agropecuária, 1,0% para 1,1%

27 jun 2019 - 10h38
(atualizado às 11h27)
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BRASÍLIA - Na esteira dos indicadores mais recentes de atividade, que mostram interrupção no processo de retomada da economia, o Banco Central reduziu sua expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, de 2,0% para 0,8%. O novo porcentual consta no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado na manhã desta quinta-feira, 27.

Entre os componentes do PIB para 2019, o BC alterou para cima apenas a projeção para a agropecuária, 1,0% para 1,1%. No caso da indústria, a estimativa passou de 1,8% para 0,2% e, para o setor de serviços, de 2,0% para 1,0%.

No lado da demanda, o BC reduziu a estimativa de crescimento do consumo das famílias, de 2,2% para 1,4%. No caso do consumo do governo, o porcentual projetado foi de 0,6% para 0,3%.

O documento de hoje indica ainda que a projeção de 2019 para a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia - foi de 4,3% para 2,9%.

Entidade repete que risco ligado às reformas é 'preponderante'

O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central voltou a destacar que o balanço de riscos da instituição possui fatores de risco "em ambas as direções" - ou seja, a de baixa e a de alta da inflação. Ao mesmo tempo, o BC pontuou que o risco "preponderante" neste momento é aquele ligado ao andamento das reformas no Congresso.

Assim como registrado no comunicado da quarta-feira passada e na ata da última terça-feira, 25, após o Copom manter a Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano, o colegiado afirmou no RTI de hoje que, "por um lado, o nível de ociosidade elevado pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado".

Por outro lado, o BC pontuou que "uma eventual frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária". Além disso, a instituição afirmou que este risco ligado às reformas "se intensifica no caso de deterioração do cenário externo para economias emergentes".

Em trecho que surgiu como uma novidade no comunicado do Copom, o BC volta a registrar, no RTI de hoje, que "o balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável, mas entende que, neste momento, o risco" ligado às reformas "é preponderante".

Na prática, o BC não vê risco maior de a reforma da Previdência fracassar, mas deixa claro que este se tornou o principal risco a ser observado.

Avanço em reformas

O Banco Central reafirmou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que "a continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para a queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia". Na semana passada, o BC manteve a Selic em 6,50% ao ano, pela décima vez consecutiva.

No documento de hoje, o BC também voltou a pontuar que "a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes". "Em particular, o Comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva", acrescentou o colegiado.

BC publica no RTI projeções de inflação em dois cenários híbridos

No primeiro cenário híbrido - que considera a taxa de câmbio constante em R$ 3,85 e a evolução da Selic (a taxa básica de juros) conforme as projeções do boletim Focus -, a projeção de inflação para 2019 passou de 4,1% para 3,6%. Para 2020, foi de 3,8% para 3,9% e, para 2021, mantida em 3,8%.

No segundo cenário híbrido - que considera a taxa de câmbio do Focus e a Selic estável em 6,50% -, a projeção de inflação para 2019 passou de 3,9% para 3,6%. Para 2020, foi de 4,0% para 3,7% e, para 2021, passou de 4,3% para 4,0%.

Estadão
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