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Banco BV tem lucro trimestral recorde de R$ 357 milhões

5 mai 2021 - 19h16
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O BV, marca renovada do Banco Votorantim, obteve nos primeiros três meses desde ano o maior lucro trimestral de sua história. O resultado recorrente foi de R$ 357 milhões, 2,9% superior ao registrado no trimestre anterior e 61,4% superior ao lucro registrado no primeiro trimestre do ano passado, quando as provisões feitas perante a eclosão da pandemia de covid-19 abateram os ganhos.

Mais importante que o recorde em si foi a aproximação dos patamares de resultado verificados em alguns trimestres de 2019, antes do abalo provocado pela crise em todo o sistema. Para o presidente do banco, Gabriel Ferreira, porém, a recuperação ainda não é motivo para deixar de lado a cautela.

"A gente manteve patamar conservador, com 263% de cobertura (sobre empréstimos com atraso acima de 90 dias). Ainda muito pela incerteza que ainda se tem com a extensão da pandemia e do cronograma de vacinação", disse Ferreira em entrevista ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Na média histórica, a proteção costumava ficar em torno de 160% a 170%, segundo ele.

Levando-se em conta a preponderância de créditos com garantia na carteira do BV, a proteção é bem robusta. O financiamento à compra de veículos usados ainda responde por aproximadamente a metade dos empréstimos concedidos pelo BV.

Mas a diversificação é uma das principais pautas do BV, segundo o executivo. Não por meio da redução do financiamento a veículos, que, com o mercado de usados aquecido desde a segunda metade do ano passado, teve uma produção 22% maior no primeiro trimestre deste ano, quando o compasso normal varia entre 10% e 15%. A parcela da carteira não vinculada a automóveis, porém, cresceu 26%, entre março de 2020 e março de 2021.

Entre os destaques que aparecem no balanço do primeiro trimestre está, por exemplo, a linha de financiamento à instalação de sistemas de captação de energia solar para residências. Essa carteira já atingiu R$ 1,2 bilhão, com um salto de 263% na comparação anual. Segundo Ferreira, nesse tipo de empréstimo a inadimplência tende a ser ainda mais baixa que em outras modalidades com garantia, porque o barateamento da tecnologia e o encarecimento do custo de energia nos últimos anos fizeram com que a parcela do financiamento possa ser paga com a economia mensal na conta de luz.

A inadimplência global do banco ficou em 3,3% no primeiro trimestre, enquanto no segmento de autos foi de 3,5%. Assim como outros bancos, porém, o BV se mantém cauteloso e prefere aguardar antes de reverter provisões para perdas com crédito. Prefere deixá-las serem consumidas, à medida em que o nível de calote volte a patamares históricos.

Outro pilar do BV é o controle de custos. O índice de eficiência do banco, que mede cobertura das despesas administrativas pelas receitas não oriundas de transações com juros, ficou em 32,5% no primeiro trimestre deste ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco ficou em 13% no período, em linha com a rentabilidade observada no último trimestre de 2020 e 4,1 ponto porcentual acima da registrada nos primeiros três meses do ano passado.

Estadão
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