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Aversão ao risco no exterior estimula realização de lucros e juros sobem

10 out 2018 - 18h35
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O dia foi de realização de lucros no mercado de juros e as taxas, que caíram bastante desde segunda-feira em reação ao cenário eleitoral, fecharam em alta nesta quarta-feira, 10. A correção foi estimulada pelo mau humor do exterior, onde a aversão ao risco afundou as bolsas e fortaleceu o dólar ante as moedas de economias emergentes, como o real. Em menor grau, houve ainda um pouco de ajuste na euforia com o cenário eleitoral. Na avaliação dos profissionais, contudo, o avanço das taxas nesta quarta foi até moderado, considerando o tamanho do ajuste de queda recente e também o elevado nível de tensão externa nesta quarta-feira.

Na sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 subiu de 7,614% para 7,71% e a do DI para janeiro de 2021, de 8,644% para 8,76%. A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou em 10,06%, de 9,963% na terça no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 encerrou a 10,67%, de 10,593%. Na sessão estendida, as taxas subiram um pouco mais.

"Lá fora está bem feio hoje, com bastante aversão ao risco e, por isso, o mercado aproveitou para realizar", resumiu o trader de renda fixa do Banco Sicredi, Getúlio Ost, lembrando que o índice Vix, conhecido como "termômetro de medo de Wall Street", tinha alta forte nesta tarde.

Uma série de fatores nesta quarta-feira serviram de gatilho para pressionar os ativos, entre eles as preocupações com o crescimento global após revisões em baixa feitas pelo FMI e pela OMC, ao mesmo tempo que, ao contrário, a estimativa de economia norte-americana mais forte traz receios de aumento no ritmo de aperto monetário pelo Federal Reserve. Além disso, seguem incertezas relacionadas à guerra comercial, à crise fiscal na Itália e aos efeitos da passagem do furacão Michael sobre a produção de petróleo no Golfo do México.

Embora o dólar tenha renovado máximas ao longo da tarde, na curva a termo os picos de estresse foram registrados entre o fim da manhã e o começo da tarde. Especialmente na primeira parte dos negócios, os ruídos envolvendo a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) e a reforma da Previdência trouxeram desconforto, em meio ainda à expectativa pelos números da pesquisa Datafolha sobre as intenções de voto para o segundo turno, esta noite. Declarações do candidato na terça em torno da reforma da Previdência vieram na contramão do esperado pelo mercado. Ele afirmou em entrevista à TV Bandeirantes, que, em um eventual governo dele, a reforma da Previdência será tratada "vagarosamente". O candidato não participará do debate que estava previsto nesta semana, por recomendações médicas.

Estadão
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