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Autoridades de comércio do G7 têm poucas opções para aliviar problemas na oferta

21 out 2021 - 13h06
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Os chefes comerciais das potências econômicas do mundo desenvolvido, que se reunirão na sexta-feira, têm poucas opções disponíveis para solucionar rapidamente os problemas da cadeia de suprimentos que estão impulsionando a inflação e prejudicando o crescimento, um desafio que, segundo especialistas, vem de forças de mercado que fogem de seu alcance.

Navios de carga são descarregados em terminal em porto de Los Angeles, Califórnia, EUA
07/04/2021
REUTERS/Lucy Nicholson
Navios de carga são descarregados em terminal em porto de Los Angeles, Califórnia, EUA 07/04/2021 REUTERS/Lucy Nicholson
Foto: Reuters

As autoridades do comércio do G7, que se encontrarão em Londres, podem fazer apelos por esforços mais intensos na correção de atrasos nos portos de contêineres e outros gargalos no transporte, mais melhorias na infraestrutura para acelerar a chegada dos produtos ao mercado e diversificação dos fornecedores de componentes-chave, como semicondutores, incluindo mais produção doméstica.

Mas todas essas são soluções de longo prazo. As forças de mercado que criaram o excesso de demanda por bens podem já estar bem encaminhadas para corrigir o problema.

"Essas autoridades têm poucas cartas na manga para resolver esse problema", disse Harry Broadman, diretor-gerente do Berkley Research Group e ex-autoridade comercial dos Estados Unidos. "Em última análise, isso é impulsionado pela demanda do consumidor."

Com a demanda e a oferta fora de sincronia e a logística lutando para se recuperar, pode levar até seis meses para que a escassez de muitos bens seja amenizada, disse ele, e grande parte desse movimento será provocada pelas forças de mercado e empresas do setor privado preenchendo a lacuna entre os dois lados.

Atender a algumas das necessidades mais críticas da cadeia de suprimentos levará tempo, disse William Reinsch, especialista em comércio do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais e ex-autoridade de exportação do Departamento de Comércio dos EUA.

Adicionar capacidade de produção doméstica de mais semicondutores para reduzir a dependência de um punhado de países asiáticos levará anos, enquanto atualizar a infraestrutura portuária para aumentar a eficiência também é um esforço de longo prazo, disse ele.

Grande parte do problema atual é uma incompatibilidade entre a forte demanda reprimida por bens --alimentada por cheques de auxílio durante a crise do coronavírus e economias acumuladas pelas pessoas durante os lockdowns-- contra uma oferta limitada por paralisações de produção, estoques menores e escassez de trabalhadores.

Mas o "boom" no consumo que elevou os gastos do consumidor norte-americano em bens duráveis 25% acima da tendência este ano não vai durar e provavelmente será substituído por uma demanda abaixo do normal em 2022, disse o economista-chefe do UBS, Paul Donovan, em nota a clientes. Isso vai desacelerar o crescimento do PIB e esfriar a inflação.

"Uma vez que a demanda reprimida seja atendida, não há mais necessidade de gastar. A pessoa que comprou uma nova máquina de lavar este ano não tem pressa em comprar outra nova no próximo ano", escreveu Donovan.

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