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Atrair um investidor-anjo exige preparo do empreendedor

4 set 2012 - 07h37
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Além de faturar bilhões de dólares, as peças da Broadway também foram fonte de novas relações de negócios. Na década de 1920, surgiu em Nova York a expressão investidor-anjo. Jovens escritores e produtores buscavam pessoas com capital e experiência para ajudá-los a montar as peças teatrais que escreviam. Desde então, o foco dos investidores-anjo mudou. No Brasil, eles já aplicaram cerca de R$ 450 milhões em pequenas empresas e

No Brasil, os investidores-anjo já investiram cerca de R$ 450 milhões em pequenas empresas e startups de tecnologia, segundo dados do Instituto Anjos do Brasil
No Brasil, os investidores-anjo já investiram cerca de R$ 450 milhões em pequenas empresas e startups de tecnologia, segundo dados do Instituto Anjos do Brasil
Foto: Dreamstime / Terra
startups

de tecnologia, segundo dados do Instituto Anjos do Brasil.



"O investidor-anjo é uma pessoa física que investe os próprios recursos. Ele aplica não só o capital financeiro, mas principalmente seu conhecimento e experiência", explica Cássio Spina, autor do livro

Investidor-Anjo: Guia prático para investidores e empreendedores

(Editora nVersos). Além disso, a rede de contatos trazida é fundamental para que ele auxilie o negócio a superar as dificuldades - principalmente no início da operação, quando o modelo deve ser validado pelo mercado.



Cássio explica que existem dois motivos para um investidor apostar em uma

startup

. "Primeiro, porque o capital investido é menor do que de um fundo de investimento. Segundo, que ele pode agregar valor com o conhecimento. E isso, obviamente, aumenta seu valor perante essa empresa", diz.



Como encontrar um anjo

O foco desses investidores costuma ser empresas em fase pré-operacional, momento no qual o criador tira a ideia do papel e realiza o plano de negócios, a prova de conceito e o protótipo do produto ou serviço que pretende oferecer. O empreendedor deve entender como funcionam todas as etapas do negócio e se capacitar para que ele dê certo e para poder apresentar a ideia consolidada aos potenciais investidores.

"Não ache que só com uma ideia vai conseguir investimento. Não vai, por melhor que ela seja. É preciso mostrar que já conseguiu fazer alguma coisa sozinho", alerta Cássio. Para a fase pré-operacional, o empresário pode contar com o chamado love money, um investimento normalmente feito por familiares e amigos para ajudar a tirar a empresa do papel, e que costuma ser inferior a R$ 50 mil.

Para encontrar um investidor, o empresário pode contar com entidades de apoio como o Instituto Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como objetivo montar uma rede nacional de investidores e empresários. A instituição também oferece textos e ferramentas que ajudam o empreendedor a tirar o negócio do papel. Uma vez interessado em determinada ideia, o investidor entra em contato diretamente com o empreendedor.

É comum que os empreendedores optem por investidores que tenham experiência no setor de atuação do negócio. Assim, o conhecimento do mercado do anjo pode ajudar a criar estratégias e trazer potenciais clientes. Mas isso não deve ser uma regra. "É como eles dizem: 'negócio é negócio'. Mesmo quando o investidor não tem um conhecimento específico no seu mercado, ele pode auxiliar em como construir o seu negócio", orienta Cássio.

Sócio conselheiro

Uma vez fechado o acordo, o investidor se torna sócio da empresa. "Mas ele não será o sócio executivo, que está no dia a dia. Ele estará presente em reuniões periódicas, ou conforme necessário", explica Cássio.

Como diz a própria expressão, ele se torna uma espécie de anjo da guarda e tem uma relação de conselheiro, apresentando soluções e usando sua rede de relacionamento para buscar potenciais clientes e parceiros. "Ele deve ajudar e evitar que o empreendedor cometa algum erro que ele sabe que pode acontecer. Isso diminui as chances de fracasso e aumenta as chances de sucesso", afirma.

Não existe um prazo de permanência do anjo no negócio. Essa é uma decisão que cabe ao empreendedor e ao investidor. "Por ser um investidor, ele quer retorno do investimento. E o melhor retorno é a venda da participação do negócio quando ele já estiver maduro", aponta Cássio. Hoje, o tempo para que uma empresa seja considerada madura é de três a cinco anos.

Nos Estados Unidos, os investidores-anjo já são 360 mil. Já no Brasil há 5,3 mil deles, segundo dados do Instituto Anjos do Brasil. Mas o potencial de crescimento é grande. "Deve ser feito muito trabalho de entidades e até do próprio governo, oferecendo políticas de incentivo e de proteção ao investidor, uma vez que esse risco é bem maior do que de outro investimento", defende Cássio.

Fonte: Cross Content
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