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Atividade manufatureira nos EUA cai pela primeira vez em três anos

3 set 2019 - 12h39
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A atividade manufatureira dos Estados Unidos sofreu contração pela primeira vez em três anos em agosto, com novos pedidos e contratações diminuindo à medida que as tensões comerciais pesaram sobre a confiança empresarial, o que pode renovar temores de uma forte desaceleração econômica.

Linha de montagem em fábrica da General Motors (GM) em Spring Hill, Tennesse, EUA
22/08/2019
REUTERS/Harrison McClary
Linha de montagem em fábrica da General Motors (GM) em Spring Hill, Tennesse, EUA 22/08/2019 REUTERS/Harrison McClary
Foto: Reuters

Outros dados divulgados nesta terça-feira mostraram que os gastos com construção tiveram apenas leve alta em julho. Números sobre gastos do consumidor tinham sugerido que, embora a economia estivesse desacelerando, não perdia força tão rapidamente quanto o sinalizado pelos mercados financeiros.

O Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) informou que seu índice de atividade fabril nacional caiu para 49,1 no mês passado, ante 51,2 em julho. Leituras abaixo de 50 indicam contração no setor manufatureiro, responsável por cerca de 12% da economia dos EUA.

O mês passado marcou a primeira vez desde agosto de 2016 em que o índice ficou abaixo do limite de 50.

A leitura de agosto também foi a mais baixa desde janeiro de 2016 e representou o quinto declínio mensal consecutivo do índice.

O ISM informou que houve "uma queda notável na confiança empresarial", acrescentando que "a questão comercial continua sendo a mais significativa, indicada pela forte contração nos novas encomendas de exportação".

Economistas consultados pela Reuters haviam estimado que o índice ISM cairia para 51,0 em agosto.

A guerra comercial EUA-China, que dura um ano, está corroendo o sentimento empresarial, com o investimento nessa área contraindo no segundo trimestre pela primeira vez em mais de três anos.

Isso, juntamente com um aumento nos estoques, está minando a atividade manufatureira, com a produção em queda por dois trimestres seguidos.

O fraco investimento em manufatura e empresarial está anulando parte do impulso à economia vindo de fortes gastos do consumidor. Uma nova rodada de tarifas dos EUA sobre importações de produtos chineses --principalmente mercadorias de consumo, como roupas, calçados e televisões-- entrou em vigor em 1º de setembro. Espera-se que esses impostos reduzam os gastos dos consumidores. Os EUA devem impor tarifas adicionais em dezembro.

Com as tensões comerciais ainda ativas e como pano de fundo, o Federal Reserve deverá reduzir as taxas de juros novamente neste mês para sustentar a maior expansão econômica da história dos EUA.

O Fed, banco central dos EUA, reduziu sua taxa de juros em 25 pontos-base em julho, na primeira queda desde 2008, citando tensões comerciais e desaceleração do crescimento global. Os mercados financeiros preveem 100% de chance de outro corte de 25 pontos-base na reunião dos dias 17 e 18 de setembro.

O subíndice de novos pedidos do ISM caiu para 47,2 no mês passado, nível mais baixo desde junho de 2012, de 50,8 em julho. O índice de emprego nas fábricas cedeu para 47,4, leitura mais fraca desde março de 2016, ante 51,7 em julho.

Os índices de ações dos EUA ampliaram as perdas após os dados. Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA caíram.

Em um relatório separado divulgado nesta terça-feira, o Departamento de Comércio informou que os gastos com construção subiram 0,1%. Os dados de junho foram revisados para mostrar queda de 0,7%, ante baixa de 1,3% relatada anteriormente.

Economistas consultados pela Reuters previam que os gastos com construção aumentariam 0,3% em julho. Na comparação anual, os gastos com construção caíram 2,7%.

O investimento em obras públicas aumentou 0,4%, após cair 3,1% em junho. Os gastos com projetos de construção privados caíram 0,1% em julho, revertendo o ganho de 0,1% em junho.

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