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Atividade manufatureira nos EUA tem máxima em quase 1 ano e meio; gastos com construção voltam a cair

3 ago 2020 - 11h31
(atualizado às 13h40)
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A atividade manufatureira dos Estados Unidos acelerou no ritmo mais rápido em quase um ano e meio em julho, uma vez que as encomendas aumentaram apesar do ressurgimento das infecções por Covid-19, que está provocando temores sobre a sustentabilidade de uma recuperação econômica.

Jamison Spurlock (no centro) empurra uma minimoto para frente em uma linha de montagem na fabricante de motos e go-kart Monster Moto em Ruston, Louisiana, 25 de janeiro de 2017. REUTERS/Nick Carey
Jamison Spurlock (no centro) empurra uma minimoto para frente em uma linha de montagem na fabricante de motos e go-kart Monster Moto em Ruston, Louisiana, 25 de janeiro de 2017. REUTERS/Nick Carey
Foto: Reuters

A animadora pesquisa do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira, no entanto, provavelmente superestima a saúde do setor manufatureiro. A Caterpillar Inc na semana passada informou queda no lucro no segundo trimestre. A fabricante de equipamentos pesados, vista como uma referência para a atividade econômica, disse que não espera melhora nas vendas neste trimestre.

O ISM afirmou que seu índice de atividade fabril nacional subiu a 54,2 no mês passado, ante 52,6 em junho. Foi o nível mais forte desde março de 2019 e marcou o segundo mês seguido de expansão.

Leituras acima de 50 indicam crescimento no setor de manufatura, responsável por 11% da economia dos EUA. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice aumentaria para 53,6 em julho.

O ISM disse que "a manufatura continuou se recuperando após a interrupção causada pela pandemia de coronavírus" e acrescentou que "o sentimento no geral era otimista" entre os fabricantes, continuando tendência que começou em junho.

A melhora contínua no setor de manufatura é encorajadora, apesar dos crescentes casos de coronavírus, especialmente nas regiões densamente povoadas do Sul e do Oeste, onde autoridades das áreas mais afetadas estão fechando os negócios novamente e interrompendo o processo de reabertura.

Dados de alta frequência, como os pedidos semanais de auxílio-desemprego, sugeriram que a recuperação econômica iniciada em maio com a reabertura das empresas estava perdendo força. Os pedidos de auxílio-desemprego aumentaram por duas semanas seguidas. Um número impressionante de 30,2 milhões de norte-americanos estavam recebendo cheques de auxílio no início de julho.

A economia sofreu no segundo trimestre o maior golpe desde a Grande Depressão, com o Produto Interno Bruto (PIB) contraindo no ritmo mais acentuado em pelo menos 73 anos.

NOVAS ENCOMENDAS AVANÇAM

O subíndice de novas encomendas do ISM, que indica perspectivas, saltou para 61,5 em julho, máxima desde setembro de 2018, contra 56,4 em junho. A medida da pesquisa de pedidos pendentes nas fábricas se recuperou, assim como os pedidos de exportação.

Ainda assim, as perspectivas para a manufatura estão longe de serem robustas. Além do balanço trimestral mais fraco da Caterpillar na semana passada, a Boeing registrou prejuízo trimestral maior que o esperado e cortou a produção dos jatos 787 e 777.

Embora o emprego no setor fabril tenha melhorado no mês passado, ainda permaneceu em território de contração. A medida de emprego industrial do ISM subiu para 44,3, de 42,1 em junho. O emprego nas fábricas já estava em declínio por causa da guerra comercial do governo Trump com a China.

Um relatório separado do Departamento do Comércio mostrou nesta segunda-feira que os gastos com construção caíram 0,7% em junho, depois de recuarem 1,7% em maio. O terceiro declínio mensal consecutivo fez com que os gastos tombassem para uma mínima um ano, de 1,355 trilhão de dólares. Economistas projetavam recuperação de 1,0% em junho. Na comparação anual, os gastos subiram 0,1%.

Os gastos com projetos privados de construção caíram 0,7%. Os gastos em projetos residenciais recuaram 1,5%, ofuscando ganho de 0,2% nos gastos com estruturas não residenciais, como plantas industriais e usinas de energia. Os gastos com obras públicas tiveram queda de 0,7%.

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