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Mercados internacionais fecham sem sentido único em dia de divulgação de indicadores

Divulgação do PIB dos EUA e do índice de preços ao consumidor alemão movimentaram as Bolsas nesta quinta, após o pregão desastroso de Wall Street na quarta

28 jan 2021 - 07h40
(atualizado às 19h37)
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O mercado internacional voltou a ficar sem sentido único nesta quinta-feira, 28, após o pregão desastroso do dia anterior em Wall Street derrubar os mercados da Ásia. Na Europa e em Nova York, no entanto, o clima foi positivo, com os investidores comprando a ideia de otimismo com a recuperação da economia global. A imunização contra o coronavírus, no entanto, ficou no radar.

Nos Estados Unidos, foi informado que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu à taxa anualizada de 4% no quarto trimestre de 2020, apesar da queda de 3,5% no mesmo ano, no pior resultado desde 1946. O crescimento indica que a maior economia do mundo já dá sinais de recuperação, o que levou algum otimismo aos mercados. Na Alemanha, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), subiu 0,8% em janeiro, ante previsão de 0,4%.

Ainda gera cautela, as dificuldades da vacinação na Europa, que disputa doses de imunizante com a AstraZeneca. O laboratório informou que não vai conseguir entregar o volume contratado pela União Europeia. Enquanto isso, o número de casos e mortes segue alto, com Portugal registrando mais uma vez seu recorde diário de óbitos.

A sinalização é de que as medidas de restrição de mobilidade devem permanecer por algum tempo no continente. Espera-se que em breve, a Alemanha irá banir viajantes do Brasil para conter a chegada uma nova variante do vírus vinda do Amazonas, afirmou um ministro alemão, em lista que também incluirá britânicos, portugueses e sul-africanos.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em alta hoje, após sofrerem ontem as maiores quedas em três meses, seguindo movimentos especulativos e a cautela por conta do avanço da covid e as dificuldades na vacinação. Ao longo da sessão, o resultado do PIB americano e sinais sobre um novo pacote fiscal impulsionaram as Bolsas.

O Dow Jones avançou 0,99%, o S&P 500 subiu 0,98% e o Nasdaq ganhou 0,50%. Hoje, o líder da maioria no Senado dos EUA, Chuck Schumer afirmou que o pacote fiscal começará a ser analisado na próxima semana. A porta-voz da Casa Branca, por sua vez, negou que o governo queira dividir os estímulos em dois projetos.

Bolsas da Ásia

Após o tombo de 2% dos índices americanos na última quarta-feira, 27, as Bolsas chinesas de Xangai e Shenzhen caíram 1,91% e 2,82% cada, enquanto Tóquio cedeu 1,53%, pressionado por ações do setor de eletrônicos. Já o índice de Seul recuou 1,71% e o de Hong Kong, 2,55%. A Bolsa de Taiwan teve baixa de 1,82%.

Na Oceania, a Bolsa australiana registrou sua maior queda em um único pregão desde setembro e cedeu 1,93% em Sydney.

Bolsas da Europa

Apesar do começo misto, as Bolsas europeias fecharam majoritariamente em alta, com destaque para as ações do setor financeiro. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,10%, enquanto a Bolsa de Paris teve ganho de 0,93% e a de Frankfurt, de 0,33%. No mercado alemão, uma das maiores altas foi do banco Commerzbank, de 6,24% após anunciar corte de cerca de 10 mil vagas em seu quadro de funcionários.

Milão, Madri e Lisboa 1,17%, 1,02% e 1,47%. Na contramão do mercado, a Bolsa de Londres cedeu 0,63%, puxada pelo desempenho negativo de petrolíferas, mas também da AstraZeneca, cuja ação caiu 1,67%.

Petróleo

Os contratos mais líquidos de petróleo fecharam em baixa nesta quint, com o mercado atento à situação da pandemia de coronavírus. Notícias envolvendo novas restrições à circulação, a disseminação de novas variantes e atrasos na vacinação global preocupam investidores e prejudicam os preços do petróleo, uma vez que a lenta recuperação da economia enfraquece a sua demanda global.

Com isso, o barril do WTI para março caiu 0,96%, a US$ 52,34 o barril, enquanto o Brent para abril teve queda de 0,77%, a US$ 55,10 o barril. O recuo da commodity energética ocorreu mesmo com o enfraquecimento do dólar ante rivais, o que em tese favoreceria o petróleo por deixá-lo mais barato a negociadores de outras divisas./ MAIARA SANTIAGO, MATHEUS ANDRADE E GABRIEL CALDEIRA

Estadão
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