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Após subirem pela manhã, juros têm alívio à tarde e fecham perto da estabilidade

2 mai 2019 - 18h20
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A correção que pressionou para cima os juros pela manhã desta quinta-feira, 2, perdeu força no período da tarde, levando as taxas a fecharem estáveis ante os ajustes da terça-feira, 30. À tarde, o noticiário não trouxe destaques, mas o dólar reduziu os ganhos ante o real, o que ajudou a aliviar a curva. Além disso, alguns operadores acreditam que, mais para o fim do dia, podem ter sido montadas posições ante a possibilidade de um número fraco nesta sexta da produção industrial.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou a sessão regular na mínima de 6,510%, ante 6,501% terça-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 também encerrou na mínima, a 7,14%, ante 7,122% no ajuste de terça. A taxa do DI para janeiro de 2023 passou de 8,232% para 8,24% e a do DI para janeiro de 2025, de 8,752% para 8,76%.

Patricia Pereira, gestora de renda fixa da Mongeral Aegon Investimentos, afirma que passado o ajuste dos mercados à mensagem do Federal Reserve, na quarta, houve nesta tarde um movimento de alívio relacionado à melhora no câmbio. Durante o dia, as moedas emergentes foram penalizadas pela repercussão da entrevista do presidente da instituição, Jerome Powell na quarta. Depois da reunião do Fed, ele afirmou ver fatores transitórios a influenciar a fraqueza da inflação e que a decisão do banco central americano de reduzir a taxa sobre o excesso de reservas teve caráter técnico.

As máximas do DI foram alcançadas no fim da manhã, em meio às operações de proteção contra o risco dos investidores antes do leilão de papéis prefixados do Tesouro. Depois do leilão e com o dólar subindo menos à tarde, houve espaço para as taxas desacelerarem o avanço. No fim da tarde, as taxas renovaram mínimas perto da estabilidade, atribuídas por alguns players a movimentos de antecipação ao dado da produção industrial de março nesta sexta, que pode reforçar o pessimismo sobre o PIB do primeiro trimestre e, com isso, reaquecer o debate em torno do corte da Selic, a uma semana da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Pesquisa do Projeções Broadcast aponta mediana de queda de 0,80% para o número de março, na margem. Em fevereiro, a produção subiu 0,70% e em janeiro, recuou 0,70%.

Pela manhã, alguns profissionais viram a trajetória ascendente das taxas também relacionada à repercussão negativa das declarações do deputado Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP), de que o Centrão teria interesse em aprovar uma reforma da Previdência desidratada para reduzir as chances de uma eventual reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Outros, no entanto, relativizaram. "Não acredito que isso seria suficiente para estragar o mercado. Estamos bem de relator e presidente da comissão especial e hoje (quinta) pioramos mesmo por conta do exterior", disse Patricia Pereira.

Estadão
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