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Após manhã em leve alta, juros fecham com viés de baixa

30 abr 2019 - 18h26
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A última sessão de abril foi de movimentação modesta no mercado de juros, com as taxas dos principais contratos tendo fechado a sessão regular em leve baixa nesta terça-feira, 30, após percorrerem a manhã com viés de alta, mas sempre perto dos ajustes de segunda. O câmbio foi a principal referência para a renda fixa nesta terça-feira, véspera do feriado do Dia do Trabalho e da reunião do Federal Reserve. Após registrar volatilidade na etapa matutina em meio à disputa pela Ptax de fim de mês, o dólar se firmou em queda à tarde, proporcionando um pouco de alívio à curva. O noticiário em torno da reforma da Previdência não chegou a ser visto como influência direta sobre as taxas, mas, ainda assim, foi considerado positivo.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 6,580%, de 6,591% na segunda no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 passou de 7,142% para 7,12%. O DI para janeiro de 2023 encerrou em 8,23%, de 8,262% na segunda no ajuste, e o DI para janeiro de 2025 recuou de 8,782% para 8,75%.

Vitor Carvalho, sócio-gestor da LAIC-HFM, afirma que, não fosse o câmbio, os juros não tinham muito motivo para subir hoje, em meio à perspectiva de juros baixos no mundo e na ausência de ruídos no cenário político. "O volume caiu bem nos últimos dias o que deixa o mercado mais sujeito a fluxo pontuais e mais relacionados a fatores técnicos", disse. Segundo ele, numa semana mais fraca para a tramitação da reforma da Previdência, o mercado vai relativamente "tranquilo para o feriado", também pela expectativa de uma mensagem "dovish" no comunicado do Federal Reserve na quarta.

De todo modo, o mercado gostou da informação dada pelo presidente da comissão especial da reforma, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), de que o prazo total para a apresentação de emendas à proposta será de 13 sessões, a contar desta terça, na medida em que traz a sensação de que a proposta está evoluindo no Congresso. "Não é nada de muito especial, mas traz um viés ligeiramente positivo", disse o economista-chefe da Guide Investimentos, João Mauricio Rosal. Marcelo Ramos afirmou que votação da reforma no 1º ou 2º semestre depende da capacidade do governo de reunir votos e citou a necessidade de envolvimento do presidente Jair Bolsonaro para evitar a desidratação da proposta. "Bolsonaro precisa fazer defesa de texto integral de reforma da Previdência", disse.

A agenda de indicadores, mais uma vez, ficou em segundo plano. A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,7% no trimestre encerrado em março, de acordo com a Pnad Contínua, dado que ficou abaixo da mediana (12,80%) das expectativas dos analistas.

Estadão
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