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Após discurso sobre transparência, presidente do BNDES diz a repórteres que não aceita perguntas

Gustavo Montezano havia sido questionado sobre a substituição de André Laloni, que foi exonerado pelo Conselho de Administração da diretoria de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto

18 out 2019 - 12h53
(atualizado às 13h11)
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WASHINGTON - O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse a jornalistas nesta sexta-feira, 18, que a mudança na diretoria de Mercado de Capitais da instituição não altera a estratégia do banco. Ele não aceitou perguntas dos repórteres que o aguardavam em Washington, nesta manhã. Minutos antes, ele fizera um discurso para investidores estrangeiros defendendo que o BNDES deve ser transparente.

Ao chegar para falar com jornalistas, Montezano foi questionado sobre a substituição de André Laloni, foi exonerado na quinta, 17, pelo Conselho de Administração da diretoria de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto.

O presidente do BNDES se irritou com a pergunta e disse que só estaria disposto a falar com os repórteres se tivesse a garantia de que nenhuma pergunta seria feita após seu pronunciamento. "Eu falo com quem garantir que não vai perguntar", disse.

Diante da afirmação de jornalistas de que as perguntas fazem parte do trabalho jornalístico, Montezano chegou a sair do prédio da Câmara de Comércio americana, onde estava. Segundos depois, ele voltou e fez um pronunciamento de um minuto sobre a troca no banco, sem falar sobre quem deve substituir Laloni e sem responder a tentativa de pergunta final.

Pouco antes, Montezano falou em inglês a investidores estrangeiros sobre a transparência do banco. "Precisamos ser abertos e, se você quer ser aberto, você tem que ser transparente", afirmou. "Temos de tratar a transparência como cultura, não como obrigação, o banco deve querer ser transparente", disse, cerca de 30 minutos antes de se recusar a responder perguntas.

Segundo Montezano, a alteração na diretoria faz parte das consequências de montar uma equipe grande em um período curto. Na semana passada, Laloni pediu licença após embate com o corpo técnico sobre a forma de venda de ações do banco. "Fizemos a alteração do superintendente, estamos fazendo alteração da diretoria de mercado de capitais, mas nada muda na estratégia do banco, no propósito, no objetivo. E vida normal, vida que segue, tem muita gente boa disponível também. Preferimos não comentar até agora, e agora estamos fazendo o anúncio formal da retirada mas é algo normal, nada que se preocupar demais, não", disse.

Ainda segundo ele, a alteração na diretoria não está "fora do esperado". "Nomeamos nove diretores e 21 superintendentes em dois meses. É normal que, quando você faz uma estrutura desse tamanho tão rápido, que você requeira ajustes depois. A gente já esperava que alguma alteração fosse necessária, questão probabilística, você nunca sabe onde isso vai acontecer", afirmou.

Estadão
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