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Apesar de cautela externa, Ibovespa tenta se firmar em alta

3 set 2019 - 11h47
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O Ibovespa passou por instabilidade na primeira meia hora de pregão, operando perto da estabilidade, mas tenta firmar-se em alta. O clima de cautela com o rumo dos negócios comerciais continua. Pouco antes do fechamento deste texto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que as negociações com a China estão indo "muito bem", mas o processo, conforme ele, será muito mais difícil se ele se reeleger. As bolsas da Europa seguem em baixa e as de Nova York também iniciaram em queda.

Após abrir na faixa dos 100 mil pontos, às 10h53, o Ibovespa subia 0,32%, aos 100.948,72 pontos.

Entretanto, um operador diz não haver novidades que justifiquem a alta, dado o quadro externo de incerteza. Em Nova York, as bolsas caem no primeiro dia útil da semana para o mercado norte-americano que ontem ficou fechado por causa de feriado. "Aparentemente não há motivo para a valorização", afirma.

Apesar da queda do petróleo no exterior, as ações da Petrobrás passaram a subir pouco antes do fechamento deste texto. Mais cedo, a empresa informou que em agosto a produção total de petróleo e gás da companhia, incluindo líquidos de gás natural (LGN), atingiu 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), com produção diária de 3,1 mi boed, ambas consideradas recorde.

O cenário internacional continua trazendo muita cautela para os investidores, observa o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, acrescentando que a queda nas bolsas externas e nas commodities reflete o sentimento negativo na volta do feriado norte-americano. "Estados Unidos estão com dificuldades em agendar reunião comerccial com a China". Além disso, problemas na Europa com Brexit e novos protestos em Hong Kong, cita.

"Sem falar na Argentina, câmbio... O Banco Central tentando conter a desvalorização do real", acrescenta o analista da Terra Investimentos.

Ainda que não tenha força expressiva para afetar os negócios, os investidores avaliam a produção industrial brasileira de julho, que iniciou o segundo semestre como mais uma queda, de 0,3%, após ceder 0,7%, conforme dado revisado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme o economista-chefe da Necton, André Perfeito, a fraqueza da produção industrial brasileira reforça a perspectiva de taxa zero para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre deste ano, depois de subir 0,4% no segundo, podendo fechar o ano com crescimento de 0,6%.

O dado ainda pode dar margem para que o Comitê de Política Monetária (Copom) promova novo corte da taxa Selic em outubro. No entanto, a dúvida é se será um recuo de 0,50 ponto porcentual ou de 0,25 ponto, já que o quadro internacional enseja cuidado, o que tem pressionado a cotação do dólar ante o real.

Ao comentar o recuo de 0,3% na produção industrial de julho, o secretário especial de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, admitiu que agosto deverá ser "o fundo do poço" para a atividade econômica. Segundo ele, porém, a economia brasileira deve retomar a trajetória de recuperação a partir de setembro.

Estadão
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