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'Alta gradual de juro é melhor maneira de sustentar crescimento', diz dirigente do Fed

Presidente da distrital de Nova York do Banco Central americano, John Williams também afirmou que não espera ver sinais de grande pressão inflacionária no horizonte

1 out 2018 - 16h47
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O presidente da distrital de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), John Williams, afirmou nesta segunda-feira, 1º, que o aumento gradual nas taxas de juros é a melhor maneira de sustentar o crescimento da economia dos Estados Unidos. Para ele, o mais importante neste momento é sustentar o crescimento sem aumento de riscos.

Em discurso realizado no 42º Seminário Anual de Bancos Centrais em Nova York, o dirigente comentou que o futuro da política monetária não deve ser mais tão claro quanto foi nos últimos anos. Williams reforçou que os juros americanos continuarão a ser guiados por indicadores e pela perspectiva econômicas e afirmou que não espera ver sinais de grande pressão inflacionária no horizonte.

Assim como em discurso realizado no fim da semana passada, o presidente do Fed de Nova York apontou que os ganhos no mercado de trabalho devem continuar e que vê a taxa de desemprego e,m 3,5% no fim do próximo ano. Além disso, Williams disse que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA deve crescer 3% neste ano e 2,5% em 2019 e que a inflação deve ficar um pouco acima da meta de 2%. Além disso, de acordo com o dirigente, não deve haver sinais de grande pressão inflacionária no horizonte.

Para Williams, com a normalização das taxas de juros após dez anos da crise financeira, a economia dos EUA está "indo muito bem" enquanto a política monetária tem sido movida naturalmente para níveis normais. No entanto, ele voltou a afirmar que o futuro da política monetária "não será mais tão claro" quanto tem sido nos últimos anos.

Política monetária 'ligeiramente restritiva'

O presidente da distrital de Boston do Fed, Eric Rosengren, afirmou nesta segunda-feira que, provavelmente, a instituição precisará adotar uma política monetária "ligeiramente restritiva", elevando as taxas de juros a um ponto em que elas acabarão desacelerando o crescimento da economia.

Elevar os juros a esse nível é importante porque ajudará a sustentar a expansão econômica em prazo maior, disse Rosengren em um discurso preparado para a Associação Nacional para Economia de Negócios, em Boston. Neste ano, ele não tem direito a voto nas decisões de política monetária do Fed, mas obterá essa prerrogativa no ano que vem.

"Acredito que os formuladores de políticas precisarão elevar as taxas de juros gradualmente de uma posição acomodatícia para uma posição ligeiramente restritiva de forma a cumprir melhor nosso mandato", disse.

Ele comentou que os riscos à economia americana derivam do comércio e de outros países, acrescentando que o dólar fortalecido também tem implicações complicadas para os EUA.

"Na minha avaliação, o resultado mais provável é que o mercado de trabalho dos EUA continue apertado", o que significa "um provável amontoamento de desequilíbrios econômicos, incluindo, mas não só, pressões inflacionárias".

Para Rosengren, os salários estão subindo de maneira consistente com a inflação, e, ao passo que as pressões dos preços parecem "bem contidas", o panorama para o emprego e o comércio sugerem algum escopo para pressões inflacionárias mais altas.

"Há um viés modestamente de alta sobre a projeção de inflação ao longo dos próximos anos", em grande parte devido ao fato de que companhias possam usar tarifas comerciais como uma oportunidade para aumentar preços. "Em um ambiente de crescimento forte e mercado de trabalho apertado, essas mudanças pontuais de preços carregam um risco maior de se tornar mais solidamente incorporadas a expectativas de inflação", destacou. / COM DOW JONES NEWSWIRES

Estadão
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