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Aloysio Nunes diz que é possível haver acordo Mercosul-UE até final do ano

11 nov 2017 - 13h21
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Está mais uma vez nas mãos da União Europeia levar adiante a negociação com o Mercosul para um acordo de livre comércio, depois que o bloco sul-americano apresentou um pacote detalhado com números, quantidades e regras comerciais consideradas o mínimo para começar uma negociação, mas ainda sem resposta dos europeus.

Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, durante encontro no Palácio Itamaraty, em  Brasília
06/10/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, durante encontro no Palácio Itamaraty, em Brasília 06/10/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Em uma declaração à imprensa depois de um encontro entre os chanceleres do bloco, o presidente Michel Temer e vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, afirmou que, se "houver uma reação positiva" dos europeus, o acordo pode ser fechado até o final deste ano, como a própria UE pretendia inicialmente.

"Apresentamos a UE um pacote com números, quantidades e regras de qual é a nossa disposição para nos aproximarmos da disposição deles. Se tiver uma reação positiva deles poderemos acelerar as negociações até o final do ano", disse Aloysio.

De acordo com uma fonte que acompanha as negociações, depois de duas tentativas, o Mercosul decidiu dar um passo adiante e colocar na mesa uma proposta completa.

"Está lá o que oferecemos e o que queremos em troca. Houve uma reação positiva, mas nenhuma resposta", disse a fonte. "Nós dissemos que quando eles estiverem dispostos a conversar, estamos prontos. Desde que tenhamos etanol e carne na mesa", completou.

A última rodada de negociações, em outubro, não avançou e praticamente havia enterrado a possibilidade de um acordo ser fechado até o final do ano por causa das ofertas extremamente baixas nos setores de carne e etanol.

Apesar dos parâmetros iniciais prevendo que as ofertas agora teriam que ser superiores aos números apresentados em 2004, na primeira fase das negociações, a oferta de importação de até 70 mil toneladas de carne e 600 mil toneladas de etanol ficou bem abaixo dos números iniciais, que eram de 100 mil toneladas de carne e 1 milhão de toneladas de etanol.

"A importância disso aqui é o empuxo político, para ver se as coisas avançam", disse a fonte.

Na declaração aos Aloysio disse que os participantes da rodada de negociações foram unânimes em afirmar que um entendimento entre os dois blocos tem uma grande relevância econômica no plano comercial e de investimentos, que vai além da oferta de bens.

O representante da UE, Jyrki Katainen, vice-presidente da Comissão Europeia para Emprego, Crescimento, Investimento eCompetitividade, ressaltou que o acordo é de máxima importância para o bloco europeu, não apenas pelos benefícios comerciais mas por sua dimensão política.

"As negociações são importantes porque afirmam nossa postura contra o protecionismo. Um acordo irá enviar um sinal forte que nos opomos à regra do mais forte", disse Katainen.

Depois de ver o acordo comercial com os Estados Unidos ser enterrado pelo governo de Donald Trump, a UE se voltou para o Mercosul e outras negociações menores para tentar dar um sinal aos EUA de que não aceitarão um mundo mais protecionista.

No entanto, dentro do próprio bloco europeu, há divergências duras para as negociações, com a França liderando um grupo que quer adiar o acordo.

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